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quinta-feira, 14 de novembro de 2024

Candidato progressista vence eleições históricas na Colômbia

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Colombianos elegem candidato de esquerda para presidente pela primeira vez na história. Resultado eleitoral é consequência da grande insatisfação dos povos da Colômbia com o neoliberalismo e a extrema-direita.

Felipe Annunziata | Redação Rio


INTERNACIONAL – Neste domingo (19), aconteceu o segundo turno da eleição presidencial colombiana. Concorrendo contra a extrema direita, representada por Rodolfo Hernandez, o candidato de esquerda Gustavo Petro saiu vitorioso com mais de 50% do total de votos. 

A Colômbia vive sob uma crise social muito forte, com 39% da população na pobreza e 11% de desemprego, segundo o próprio governo. Ao mesmo tempo, o país cresceu mais de 10% o seu PIB em 2021, mas toda essa riqueza ficou concentrada nas mãos da burguesia nacional e monopólios estrangeiros. 

Governo atual implementou política reacionária

O atual governo reacionário de Ivan Duque, manteve a cartilha neoliberal dos últimos governos do país. Além disso, reforçou a repressão política contra líderes sociais de esquerda. Só em 2021, ao menos 145 líderes de movimentos em defesa dos direitos humanos foram assassinados.

Duque também fortaleceu a dependência política e militar do país em relação aos EUA. Apoiou a tentativa de golpe e o bloqueio econômico contra a Venezuela. Também ameaçou descumprir o acordo de paz feito com as guerrilhas, que atuavam no país desde os anos 1960, que previa a realização de uma ampla reforma agrária.

Vitória Petro mostra insatisfação do povo contra a direita

A eleição de Gustavo Petro para presidente é um movimento histórico importante na Colômbia. Isto porque o país nunca foi governado pela esquerda. Com milícias paramilitares de direita e a ocupação militar dos EUA com diversas bases espalhadas no país a política nacional sempre foi controlada pela direita e a extrema-direita. 

A vitória de Petro se mostra ainda mais contundente pois na sua chapa foi eleita vice-presidente Francia Márquez, mulher negra e militante ambientalista. Marques será a primeira mulher negra a ocupar o cargo na história colombiana. 

Este resultado é principalmente fruto da insatisfação dos povos latino-americanos contra a extrema-direita e a direita neoliberal. O cenário se repetiu em outros países da região, como Chile e Peru. 

No entanto, o sucesso desse novo governo progressista na Colômbia depende de não conciliar com os interesses dos EUA e da burguesia narcotraficante colombiana.

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