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sábado, 4 de maio de 2024

A pátria dos ricos mata os trabalhadores e deixa dezenas de famílias soterradas

RAFAEL FREIRE
Redação

Na última semana de maio, os pobres do Brasil, isto é a imensa maioria da população, viveu mais uma série de tragédias, todas resultado de uma grande trama macabra das elites e de seus governos, em particular do Governo Federal. 

Na Vila Cruzeiro, favela situada na Zona Norte do Rio de Janeiro (RJ), uma operação da Polícia Militar, com apoio da Polícia Federal, executou 23 pessoas. Mais um massacre, exatamente um ano após a chacina do Jacarezinho, que resultou em 28 mortes. Segundo Luís Cláudio dos Santos, 55 anos, o líder comunitário na região, a cena final foi de falta de espaço no necrotério, com corpos em sacos pretos espalhados pelo chão: “Chegou um momento em que não havia mais condições de deixar os familiares entrarem para fazer o reconhecimento, porque poderiam pisar nos corpos. As famílias estavam desesperadas”.

No Município de Umbaúba, Litoral Sul de Sergipe, Genivaldo de Jesus Santos, 38 anos, foi torturado até a morte, em plena luz do dia, numa câmara de gás nazista improvisada no porta-malas de uma viatura da Polícia Rodoviária Federal. Ele, um homem negro e que sofria de esquizofrenia, foi abordado por três agentes da PRF numa blitz na BR-101, sendo amarrado pelas mãos e pelos pés, xingado e jogado ao chão antes de ser empurrado para o camburão da morte.

O sobrinho de Genivaldo, Wallison de Jesus, relatou: “Foi dada a ordem de parada, ele parou, botou a moto no tripé e atendeu todos os comandos que o policial deu. O policial disse para ele levantar a camisa, ele levantou, e falou para o policial que estava com remédios e receita no bolso, indicando que tinha problemas mentais”.

Mesmo com vídeos mostrando toda a Via Crúcis de Jesus, os policiais não foram presos em flagrante e o delegado da PF responsável pelo caso afirmou que não vê motivos para a prisão preventiva dos assassinos. Para completar, o ministro da Casa Civil Ciro Nogueira (líder do Centrão) demitiu o diretor-executivo da PRF, Jean Coelho, e o diretor de inteligência da instituição, Allan da Mota Rebello, uma semana após o caso. Esta é prática adotada por Bolsonaro e cia. para abafar todo tipo de denúncia contra seu governo, sua família, as Forças Armadas e as demais corporações policiais.

No Nordeste, vários estados foram fortemente atingidos pelas chuvas durante dias seguidos, destruindo casas populares e deixando milhares de desabrigados. Só em Pernambuco, são mais de seis mil pessoas desabrigadas, pois suas casas foram destruídas.

Na Região Metropolitana de Recife, concentraram-se os casos mais graves. Até o momento em que este artigo foi escrito, eram 93 mortes confirmadas, mas  25 pessoas estão desaparecidas. Em Jardim Monte Verde, Jaboatão dos Guararapes, morreram mais de 20 pessoas após o deslizando de um morro. Uma só família morreram todos os seus membros, pais, filhas e filhos, netos. No Estado de Alagoas, mais de 1.000 pessoas estão desabrigadas e 03 pessoas foram mortas.

A  mesma chuva que caiu nos bairros pobres também caiu nos bairros nobres de Recife, mas não houve um só caso de morte ou de uma família rica que ficou desabrigada. Ou seja, o problema não são as chuvas, mas sim a falta de uma política habitacional que resolva o déficit de moradia para o povo. Sem dúvida,  oito milhões de famílias espalhadas pelo Brasil vivem de forma precária, em encostas e morros, em favelas, nas ruas, em “casas” de um único cômodo, sem saneamento básico.

No Brasil dos ricos, também não se tem notícia de que alguma mansão foi invadida e metralhada, nem que nenhum playboy foi parado numa blitz e torturado até a morte. 

O povo brasileiro não merece o  governo que tem, por isso precisa se organizar e lutar por um governo popular que tenha compromisso com os trabalhadores e com os pobres. Fortalecer e crescer a Unidade Popular para desmascarar a demagogia da burguesia, seus governos e milícias armadas, e construir uma sociedade livre de injustiças e assassinatos em massa contra o povo trabalhador, pobre e negro é a nossa alternativa.

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