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sábado, 20 de abril de 2024

Pequena Central Hidrelétrica ameaça abastecimento de água em Macaé

Em 2016, movimentos sociais se mobilizaram para impedir a criação de 3 Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) no Rio Macaé. Agora, uma nova empresa, a Impar, visa retomar o processo de construção estando interessada em construir apenas uma PCH, que fica a cinco quilômetros de Casimiro de Abreu. 

Joyce Melo, Macaé (RJ)


LUTA POPULAR O projeto de instalação de uma Pequena Central Hidrelétrica vem sendo debatido no município e é tema de análise no Comitê de Bacia Hidrográfica dos rios Macaé e das Ostras (CBH). A comunidade local, ambientalistas e cientistas, têm realizado debates e divulgando informações sobre o projeto.

Segundo estudos, empreendimentos como PCHs causam diversos impactos negativos à cidade. A diretoria do CBH aponta impactos negativos no ecoturismo, que é fonte de renda de diversas famílias da região, na manutenção da biodiversidade e impactos sobre as Unidades de Conservação da região. 

Além disso, destaca-se também os impactos negativos no balanço hídrico do Rio Macaé (diferença entre a disponibilidade de água e as demandas de uso) e os danos sociais causados em uma cidade com problema de abastecimento de água em muitos bairros.

 O funcionamento da PCH também não será possível nas épocas de estiagem, o que significa um grande dano para algo que só funcionará durante os picos. 

Abastecimento de água comprometido

Diversos bairros de Macaé já sofrem com a falta de água há muitos anos. Em 2021,  a Câmara de Macaé reconheceu o problema hídrico da cidade e criou uma comissão especial de fiscalização da Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro – CEDAE para fazer diagnóstico e propor soluções. 

Em relatório final da comissão, foi visto que a cidade possui recursos hídricos para atender todos os moradores, mas, apesar disso, o atendimento é extremamente precarizado. 

Já a Agência nacional das águas (ANA) aponta que, com a instalação da nova hidrelétrica, além das termelétricas que já existem no município, isso exigirá o equivalente a 55% do total hídrico consumido por Macaé. Faltará água para a cidade e para a população macaense. 

A sociedade vem expondo os problemas da instalação dessa PCH, bem como outros empreendimentos que afetarão a população e o ambiente da região. É preciso que os especialistas e moradores sejam realmente ouvidos e que impeçam que a cidade entre em colapso.

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