As famílias e apoiadores da Ocupação Luiz Gama, despejados pelo Estado na última sexta-feira (16), se reuniram no Ministério Público Federal com várias secretarias estaduais e municipais, buscando uma alternativa imediata para as famílias.
Redação RJ
LUTA POPULAR – Nesta segunda-feira (19), as famílias da Ocupação Luiz Gama, organizada pelo Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB), no Rio de Janeiro, se reuniu no Ministério Público Federal com várias secretarias estatais e municipais buscando uma alternativa imediata para as famílias.
As famílias da Ocupação Luiz Gama, despejadas as vésperas do Natal (16), passaram o dia lutando para ter seus direitos respeitados após serem despejados de forma ilegal da Ocupação.
O MLB propôs saídas como alojamento temporário em escolas e prédios públicos desativados. Mesmo assim, o poder público não foi capaz de apresentar uma saída para essas famílias, que foram despejadas e correm o risco de passar o Natal e o Ano Novo na rua.
Estado não dá alternativas de moradia para despejados
O que ficou claro na reunião é que não há uma política habitacional para as famílias pobres na cidade, e isso se reflete no despejo das famílias da Luiz Gama, no crescimento da população em situação de rua e nas dezenas de ocupações no centro do Rio ameaçadas de despejo.
Em entrevista ao jornal A Verdade, a coordenadora do MLB, Ana Priscila disse que a situação colocada demonstra que o Estado não procura saídas efetivas para os despejados:
“Queremos uma resposta imediata, de um prédio provisório, para onde as famílias despejadas da Ocupação pudessem ir. Essas famílias estão vulneráveis por essa situação injusta e de calamidade. Foram despejados e não tem para onde ir. O que vimos na reunião, na prática, é uma tragédia. Não existe uma política para as famílias despejadas na véspera do Natal. E não há uma política mais séria para os trabalhadores.”, disse Ana Priscila.
Aumentar a solidariedade com a luta da Ocupação
Apesar de não haver uma saída alternativa para esse momento, o Movimento obteve vitórias como o compromisso referendado do estado de continuar buscando saídas alternativas nas próximas semanas e a reafirmação do compromisso estabelecido na Ocupação João Cândido, realizada em 2021. A Prefeitura e o governo do Estado se comprometeram hoje a darem andamento ao acordo que prevê a produção de 150 moradias no Centro da Cidade para as famílias do movimento.
Nesse cenário, enquanto as famílias permanecem sem moradia, se torna ainda mais urgente reforçar a imensa rede de solidariedade que cerca essas famílias para que elas tenham alguma dignidade neste final de ano.
As mesas de negociação continuam e tem 5 prédios que o Movimento quer apresentar à secretaria de habitação para ver a possibilidade de transformar em moradia.