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sábado, 2 de novembro de 2024

Aeronautas continuam greve nacional por salário e direitos

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Desde ontem (19), os aeronautas estão em greve por todo país. Categoria reivindica reajuste salarial e garantia de direitos básicos. Paralisação já mostrou força em vários aeroportos do país.

Thiago Medeiros | Brasília


TRABALHADOR UNIDO – Os aeronautas cruzaram os braços desde segunda-feira (19) para lutar contra a investida empresarial de precarizar ainda mais a categoria. Após inúmeras negociações entres o Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA) e o Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (SNEA), que representa as companhias aéreas, a categoria de Aeronautas deflagrou greve na Assembleia Geral Extraordinária realizada na útlima quinta-feira (15). 

Entre as principais demandas dos trabalhadores está a recomposição salarial pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), indicador que regula a inflação, ganho real no salário de 5%, a definição de início e proibição de alterações na folga e o cumprimento dos limites já existentes do tempo em solo entre etapas de voo.

As negociações entre o sindicato dos trabalhadores e o sindicato patronal visavam a renovação da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), que em anos anteriores já havia apresentado reajustes de 0% e até abaixo da média inflacionária, causando revolta na categoria.

A precarização salarial, porém, já havia começado antes, quando foram assinados acordos coletivos de redução de salários que chegaram à 80% da média salarial regular. A razão apresentada pelas empresas para as drásticas medidas foi a queda nos lucros durante a pandemia de COVID–19, onde o valor que não seria repassado aos trabalhadores da categoria ajudaria as empresas a evitar demissões e manter caixa.

A promessa inicial era de que assim que a situação do mercado aeroviário estabilizasse haveriam reposições das devidas quantias aos aeronautas. A estabilidade veio; os lucros também, mas a jura fora feita de dedos cruzados e as empresas apresentaram propostas que não só não apresentavam ganho real algum, como pioravam as condições de trabalho e a qualidade de vida dos aeronautas.

Frustradas as opções de negociação com as empresas, a categoria utilizou da arma mais poderosa da classe operária, a greve, iniciada nesta segunda-feira (19). A paralização, em seu primeiro dia, causou 58 atrasos e 20 cancelamentos.

As suspensões de decolagem continuarão nos aeroportos de Guarulhos, Galeão, Santos Dumont, Viracopos, Porto Alegre, Brasília, Confins e Fortaleza de 6h às 8h da manhã de acordo com o horário de Brasília, por tempo indeterminado. Nesta terça (20), a paralisação continuou.

A luta da categoria por condições melhores de trabalho é, além de tudo, uma luta pela segurança de voo dos tripulantes e da sociedade. É necessário ouvir as demandas que os trabalhadores fazem, pois a ganância empresarial já nos mostrou do que é capaz.

É preciso lutar contra todas e quaisquer tragédias anunciadas e para isso devemos garantir que a categoria dos aeronautas tenha descanso adequado, folgas respeitadas e a devida remuneração.

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