Representantes de 16 estados de todas as regiões se reuniram nos dias 26 e 27 de novembro, em São Paulo, para construir o Seminário Nacional Contra as Privatizações e em Defesa da Educação da Federação Nacional dos Estudantes de Ensino Técnico, a FENET. Para apoiar no debate o Seminário contou com a presença de parlamentares; lideranças estudantis, sindicais e sociais.
FEDERAÇÃO NACIONAL DOS ESTUDANTES EM ENSINO TÉCNICO
SÃO PAULO – Na mesa de abertura, a Deputada Federal eleita pelo Estado de São Paulo, Sâmia Bomfim reforçou a necessidade dos estudantes ocuparem todos os espaços de poder e exigirem um orçamento justo para a educação.
Trazendo o resgate histórico do movimento estudantil, contamos com a presença de Vivian Mendes, membro da Comissão de Familiares de Mortos e Desaparecidos Políticos da Ditadura Militar e presidenta da Unidade Popular pelo Socialismo em São Paulo, relembrando aqueles que tombaram nesse período do nosso país ao defenderem uma educação gratuita e de qualidade, como o estudante da Escola Técnica Federal de São Paulo, atual IFSP, que sediou o evento, Eremias Delizoicov, uma das lideranças do movimento estudantil no estado que foi assassinado pela ditadura fascista dos militares.
Os resquícios da impunidade desse período estão presentes nos espaços que a juventude negra, periférica e LGBTTIA ocupa atualmente, como expressou Erika Hilton, primeira mulher trans a ser eleita Deputada Federal.
O acesso a educação sem políticas públicas para erradicar os desdobramentos da escravidão e as formas de opressão do sistema capitalista é insuficiente para garantir que a juventude periférica se forme nas instituições públicas. Por isso, é necessário hastear ainda mais alto as bandeiras do movimento estudantil brasileiro sobre o fim do vestibular e permanência estudantil, pois é direito do estudante não só ingressar na universidade, mas também de se formar com qualidade, como afirmou Isis Mustafá, secretária-geral da UNE.
É necessário garantir uma educação de qualidade e gratuita, pois como vemos nos diversos exemplos da rede privada de ensino, a privatização não garante avanço na tecnologia, já que 95% da ciência do Brasil sai das universidades públicas mesmo com o pouco investimento que recebe, como foi discutido no painel contra as privatizações e em defesa das estatais com os convidados Felipe Grubba (Federação Única dos Trabalhadores – FUP), Francisca Adalgisa (militante do FNU e funcionária da SABESP) e Cléber Luiz (Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas).
Durante os grupos de trabalho, os estudantes acumularam várias propostas para defender o ensino técnico de qualidade, livre de opressões e que garanta a permanência nas instituições, representantes da FENET no país todo se colocaram a disposição para construir os grêmios nas suas escolas, panfletagens nos campus para conscientizar sobre a dívida pública e o que são as privatizações além de organizar cada jovem nas fileiras de uma entidade combativa como a FENET.
Os secundaristas voltaram para seus estados com a tarefa de consolidar o trabalho dos grêmios dos seus câmpus, organizar atividades de apresentação da FENET, explicando como se faz um movimento estudantil combativo e que lute não só pelo ensino técnico, mas também por tudo aquilo que é necessário para que tenhamos uma vida digna para além das paredes das escolas.
Os trabalhos foram finalizados com a convocação do 6º ENET que foi convocado pela diretoria da entidade e acontecerá em abril de 2023, e foi recebido com muito ânimo pelos secundaristas que participaram do seminário nacional e ficou marcado nas conversas nos corredores e alojamentos que se o presente é de luta, o futuro pertence aos estudantes!