“O jornal comunista deve tentar ser uma empresa comunista, isto é, uma organização proletária de combate, uma associação de operários revolucionários, de todos os que escrevem regularmente para o jornal, que o compõem, imprimem, administram, distribuem, reúnem o material de informação, discutem e elaboram nos núcleos” – III Internacional Comunista, 1921
Cadu Machado | São Paulo (SP)
O último ano foi de grandes avanços para o jornal A Verdade, que se tornou quinzenal, inaugurou uma nova identidade visual, duplicou suas vendas, passou a ter um comissão editorial, entre outras mudanças.
Esta nova fase de nosso trabalho apresenta novos desafios, que só poderão ser resolvidos aperfeiçoando nossos métodos de direção e elaborando novos métodos de trabalho. Pontos centrais para isso são o aumento das vendas nas Brigadas Nacionais e a melhoria da prestação de contas das vendas.
O papel das brigadas
Brigada é o nome que damos à venda coletiva de jornais. Dias em que militantes se organizam e vão às ruas apresentar o jornal para a população. As brigadas do jornal A Verdade constituem uma atividade política fundamental para nosso partido. São momentos de agitação política e de formação de nossos militantes.
Durante as brigadas, avaliamos a conjuntura, propomos aos trabalhadores o que fazer para mudar sua situação de vida, ouvimos suas reações e apresentamos o programa da revolução, aumentando a influência de nossa ideologia entre a classe trabalhadora.
Mas, além do papel político e ideológico que as brigadas cumprem, elas também vêm se tornando o principal espaço de vendas do jornal, chegando a representar mais da metade dos jornais vendidos a cada quinzena.
A Brigada Nacional é um dos dias mais importantes do calendário da militância. Ocorre todo primeiro sábado após a chegada da nova edição do jornal impresso.
Uma experiência positiva
A política de Brigadas Nacionais foi implementada no período seguinte às coletas de apoio para a legalização da Unidade Popular. Os militantes estavam acostumados com o trabalho e já tinham seus sábados reservados para o trabalho de rua. Esses aspectos foram aproveitados e as brigadas ocuparam este calendário.
Além de aumentar o número de exemplares vendidos, as Brigadas Nacionais também melhoraram a relação dos militantes com o jornal, que passaram a ter contato com os exemplares e sua política editorial no começo do mês (atualmente quinzena).
Este efeito das Brigadas Nacionais não pode ser medido quantitativamente, mas, desde o início desta política, recebemos relatos de nossa militância falando das brigadas como sua atividade favorita, por ser o momento de transmitir nossa política para o povo, que a recebe bem. Assim, o sábado da Brigada é um calendário especial para todas as nossas organizações. E a primeira luta política em torno deste dia é para que a Brigada seja prioridade absoluta.
A indicação geral é que nenhuma outra atividade seja marcada no mesmo dia, garantindo exclusividade da militância para o jornal. Quando é inevitável o conflito de agendas, é importante que a brigada seja considerada critério de participação para a outra atividade. Ou seja, o militante só pode participar da atividade, caso tenha ido à Brigada em outro turno. Definitivamente, este debate não é simples, mas precisa ser encarado.
Depois de garantir a presença dos brigadistas, é importante orientar a todos politicamente e ensinar os mais novos sobre o método. Para isso, há duas indicações:
- Que os militantes assistam ao programa “Café com A Verdade” no YouTube, que discute quinzenalmente o editorial do jornal;
- A realização de centralizações antes do início das vendas. Nesse momento, a equipe lê e debate a matéria editorial, orienta sobre como será a atividade, tira dúvidas e define sua meta.
Realizadas as centralizações, é hora de falar com o povo e vender os jornais.
A forma como isso acontece depende muito do lugar em que se realiza a brigada. Em alguns locais, um militante fala na caixa de som enquanto outros abordam quem passa; em outros, os militantes vão de porta em porta para vender; ainda temos as brigadas nos ônibus e trens, onde um militante faz uma fala, enquanto os outros distribuem os jornais aos passageiros e depois passam recolhendo as contribuições e os jornais não vendidos.
Prestação de contas
A prestação de contas dos jornais vendidos na Brigada Nacional precisa ser realizada rapidamente, principalmente desde que o jornal se tornou quinzenal. O prazo estipulado para que todos os comprovantes sejam anexados ao sistema de prestação de contas é a terça-feira seguinte à Brigada.
Para isso, utilizamos as mesmas mensagens que elaboramos na mobilização. Cada equipe, conforme as brigadas vão se encerrando, adiciona a quantidade de jornais vendidos, quanto foi arrecadado e quem ficou responsável por depositar o dinheiro na própria mensagem. É assim que sabemos quanto foi vendido e quem deve ser cobrado.
Crescimento do jornal
O trabalho de agitação e propaganda com o jornal é primordialmente político, mas também é econômico, tendo em vista que o jornal é também uma empresa. Não uma empresa capitalista, com foco na reprodução do capital, mas uma empresa socialista.
Para garantir sua manutenção e crescimento, é necessário constante debate, planejamento e execução das políticas do jornal, acompanhadas e submetidas a um constante ciclo de prestação de contas.
A prestação de contas se dá em diferentes níveis e de formas variadas. A mais importante delas é a prestação de contas políticas, quando debatemos o papel que o jornal cumpre em cada uma de nossas organizações, coletivos e movimentos, avaliando assim o papel que o jornal cumpre no desenvolvimento da revolução brasileira.
Mas também é importantíssimo o acompanhamento da prestação de contas financeira do jornal, já que o jornal precisa se sustentar materialmente para seguir sua luta revolucionária independente do financiamento burguês.
Sendo assim, é importantíssimo profissionalizarmos nossa prestação.
Novo método
Atualmente o método de prestação e acompanhamento das vendas do jornal é elaborado e implementado de forma local. Isso dificulta o acompanhamento nacional das prestações e impede o crescimento do trabalho em localidades que possuem menores condições técnicas.
Para avançar, avaliou-se a necessidade de unificar o método de prestação em todo o país, utilizando a experiência de automatização da prestação já implementada em alguns estados.
Sendo assim, nos dedicaremos nos próximos meses a implementar este novo método em todos os estados, com apoio do Departamento Comercial e do coletivo do jornal sediado em São Paulo, que acompanharão a implementação e realizarão o suporte técnico necessário.
Para lidar com novas tarefas, são necessárias novas forças e métodos corretos. Não é possível continuar avançando o trabalho do jornal A Verdade sem formar novos agitadores e propagandistas, envolver todas as nossas organizações neste trabalho e elaborar métodos adequados aos novos desafios que precisamos enfrentar.
Matéria publicada na edição nº 264 do Jornal A Verdade