A luta anticapacitista e o movimento estudantil: uma convocação para a luta

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A quantidade de PcDs se organizando pelo fim do sistema que nos explora avança, mas muitos ainda não conhecem a possibilidade de libertação concreta. Por isso, também é nosso papel revolucionário disputar essas mentes e mostrar o que sabemos ser o único caminho para a inclusão verdadeira: o socialismo.

Isadora Guerra
Estudante da UFRRJ e militante do Movimento Correnteza


JUVENTUDE – A discussão sobre a luta anticapacitista vem ganhando força nos espaços universitários e de militância. Ainda que essa pauta seja discutida com algum receio, sua importância é tão expressiva quanto outras pautas de combate a opressões. 

É importante relembrar, primeiramente, como essa luta está intrinsecamente ligada ao marxismo. Para o capitalismo, pessoas com deficiência são insuficientes e não servem para alimentar o sistema. O grupo social que não pode corroborar para o funcionamento da opressão capitalista, pois é considerado inapto e fora de serviço, é colocado à mercê da repulsa e exclusão. 

O capitalismo prega não só a nossa exclusão, mas também o nosso extermínio. Se não servirmos a ele, logo, nossa existência é cancelada e repugnante. 

Para continuarmos na luta árdua contra o capitalismo, é necessário que entendamos a importância de associarmos a ela também a luta anticapacitista. Quando lutamos por uma sociedade sem exploração, também lutamos pelo anticapacitismo. 

Acauã Pozino, militante da Unidade Popular, em sua matéria para A Verdade “O marxismo e o (anti) capacitismo” pontua muito bem: Como a moral burguesa se desenvolve a partir do paradigma da produtividade, sobretudo do lucro, constrói-se uma superestrutura que concebe essas pessoas como desabilitadas, como inaptas, seja para a produção material, para a produção intelectual ou para sua própria autodeterminação”.

No caso do movimento estudantil universitário, enquanto jovens organizados, travamos diversas lutas em nossas universidades. Pautas centrais e recorrentes como bandejão, passe livre e auxílios estudantis são debatidas nacionalmente. Mas coloco para o nosso questionamento: quantas pautas no movimento estudantil giram em torno de pessoas com deficiência? Em quantas universidades nas quais estamos inseridos na luta precisamos ter que “esperar” alguma demanda vinda de uma pessoa com deficiência para colocarmos a luta anticapacitista em pauta em nossas reuniões e militância?

Esse questionamento, com certeza, coloca em cheque o quanto o capitalismo ainda tenta disputar nossas mentes e nos afastar de lutas tão importantes. 

Qual é o nosso papel, enquanto comunistas, na luta anticapacicista? Qual é o papel do movimento estudantil na luta por uma educação inclusiva para pessoas com deficiência?

Nosso papel é defender e lutar por essa pauta em todos os espaços dentro e fora da militância, inclusive nas nossas universidades. 

A quantidade de PcDs se organizando pelo fim do sistema que nos explora avança, mas muitos ainda não conhecem a possibilidade de libertação concreta. Por isso, também é nosso papel revolucionário disputar essas mentes e mostrar o que sabemos ser o único caminho para a inclusão verdadeira: o socialismo.

Essa é uma convocação para nós, comunistas. O socialismo não pode triunfar sem que nele esteja a luta anticapacitista!