Em resposta à essas ações golpistas, foi organizado um ato no centro da cidade de Jundiaí na manhã do dia 14 de janeiro para cobrar que a prefeitura contribua ativamente com as devidas investigações e punição de empresários da cidade que financiaram ônibus com destino à capital brasileira.
Tais Pardo | Militante da UP
JUNDIAÍ – No dia 8 de janeiro, uma semana após a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, foi possível presenciar a ação terrorista de fascistas que invadiram, saquearam e depredaram os edifícios da Praça dos Três Poderes.
Esse ato de vandalismo, que não teve qualquer impedimento por parte das forças militares presentes, não ocorreu de maneira orgânica e espontânea. Investigações em curso demonstram o que a esquerda radical vem apontando há muito tempo: A burguesia orquestra e orquestrará todo tipo de ação necessária à manutenção de seu poder e do capitalismo.
Ônibus foram fretados para o transporte de bolsonaristas de todo Brasil até o Distrito Federal, ordens “de cima” foram disparadas via redes sociais com um cronograma muito bem organizado, se referindo ao ato golpista como “festa da Selma”.
As investigações têm apontado, através de relatos dos próprios autores das ações de vandalismo em Brasília, para a participação ativa de empresários e fazendeiros, que custearam os ônibus rumo ao ato.
Em resposta à essas ações golpistas, foi organizado um ato no centro da cidade de Jundiaí na manhã do dia 14 de janeiro para cobrar que a prefeitura contribua ativamente com as devidas investigações e punição de empresários da cidade que financiaram ônibus com destino à capital brasileira.
O coro que entoava as palavras de ordem “sem anistia” buscou informar aos cidadãos que ali transitavam no momento sobre a importância de não ser perdoado qualquer ato direto ou indireto, que atente contra o resultado obtido através das eleições, afinal ainda que essa seja uma democracia burguesa, não deve ser tolerado o retrocesso e a possibilidade de uma nova ditadura no país.
O ato contou com a participação de diferentes partidos de esquerda, houve panfletagem e falas sobre a necessidade de luta contra o fascismo e investigação dos empresários responsáveis pelo patrocínio das viagens à Brasília. Como exemplo temos a empresária Kitilaine Piovesan, dona de duas lojas de colchão em Jundiaí que foi apontada como colaboradora no financiamento dos fretes de ônibus e o Presidente da Câmara, Antonio Carlos Albino, que relativizou as ações terroristas do dia 8 de janeiro.
A reunião da esquerda na cidade para realização do ato deve ser compreendida como marco importante em sua História, já que esse é o mesmo município em que Bolsonaro obteve 63,67% de votos nas eleições de 2022.
A cidade foi uma das últimas em dispersar os manifestantes golpistas de seu acampamento e ainda presenciou o vergonhoso episódio em que um ônibus foi apedrejado por bolsonaristas. Dentro do veículo, estudantes que se posicionaram contra Jair Bolsonaro e um possível golpe foram confrontados e ameaçados pelos fascistas ali presentes.
Por tudo isso, é necessário o reconhecimento do avanço alcançado através do ato contra a anistia de mandantes golpistas e autoridades coniventes com o ato terrorista vivido em Brasília.
E ainda mais necessário é manter acesa a chama da mudança contra a ideologia dominante e uma aproximação cada vez maior da militância com a população nas cidades do interior do Brasil, levando à essas regiões a luta socialista contra o pensamento reacionário e burguês fortemente enraizados em uma população que ainda se identifica majoritariamente como conservadora.