Seminário Estadual do Movimento Correnteza no Rio de Janeiro reuniu 130 lideranças estudantis e foi marcado pelo amplo debate sobre a organização do movimento frente a conjuntura brasileira após tentativa de golpe fascista
Chantal Campello | Rio de Janeiro
JUVENTUDE – Neste domingo (29), o Movimento Correnteza RJ realizou o seu seminário estadual. A atividade reuniu mais de 130 lideranças estaduais do movimento e contou com a presença de estudantes da Região Metropolitana, Serrana, Norte Fluminense e Região dos Lagos.
O encontro foi marcado pelo amplo debate sobre a organização do movimento frente a conjuntura brasileira após tentativa de golpe fascista, a realidade da precarização das instituições depois de 4 anos de um governo que tinha a educação e os estudantes como uns de seus principais inimigos.
A mesa de abertura debateu a matéria do jornal A Verdade edição n°264 “fascistas querem retirar do povo direito de eleger presidente”, mediada pela presidente do DCE IFF Cabo Frio, Yasmim Souza e Alexya Lessa diretora de políticas públicas para juventude da UEE. Houve a participação de Esteban Crescente, coordenador geral do SINTUFRJ, Júlia Vilhena, secretária geral da UEE e Giovanna Almeida do DCE UFRJ e da União da Juventude Rebelião e Miguel Hauer diretor da UNE.
Pelo fim do teto de gastos, dos cortes orçamentários e em defesa da educação
Foi pontuado, nessa mesa, as principais lutas a serem travadas agora no primeiro semestre do ano, como a luta pelo fim do teto de gastos, que limita diretamente investimento na educação, ciência e tecnologia. Segundo Esteban Crescente, “Defender a recomposição orçamentária é defender as universidades de portas abertas, estudantes dentro de sala de laboratórios de pesquisa, comida na mesa e condição de direito aos trabalhadores”.
Giovanna alertou sobre a necessidade de construirmos grandes calouradas que tenham como o centro da discussão política a luta pela recomposição orçamentária e Júlia Vilhena enfatizou a necessidade de fazermos enfrentamos aos grandes tubarões do ensino que lucram rios de dinheiro com a grande parcela da educação sendo privada. Além disso, Miguel apresentou o informe do crescimento da presença do movimento no estado e também nacionalmente.
Na parte da tarde os estudantes contaram com uma explanação do Raphael Almeida, historiador e fundador do Movimento Correnteza sobre o livro “Sobre o Movimento Estudantil” e uma apresentação da Katerine Oliveira, coordenadora nacional da UJR sobre a história do Movimento Correnteza.
Após isso, o plenário foi dividido em grupos de trabalho onde foi possível ler um trecho do livro Poder Jovem do Artur Poerner. Assim, o grupo foi articulado para pensar propostas e lutas relativas às universidades privadas, política de permanência, orçamento da educação, combate ao machismo, racismo e LGBTfobia.
Para Lucas Peruzzi, coordenador do DCE UFRJ Mário Prata, “a realização desse encontro acontece num momento especial da juventude brasileira, da derrota do Bolsonaro nas urnas e da urgência da nossa organização para retomar todos os direitos retirados nesse período”, disse.
Por fim, o seminário aprovou as propostas apresentadas e a nova composição da Coordenação do Movimento Correnteza, composta por 19 combativas lideranças estudantis de todas as regiões do estado.