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quarta-feira, 18 de dezembro de 2024

Privatização da SABESP é ataque contra o direito da vida

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A SABESP (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) existe desde 1973, é uma empresa de economia mista, responsável pelo abastecimento, controle e saneamento básico da capital e mais 374 municípios do estado de São Paulo, é essencial por ser a responsável por garantir o acesso ao direito básico de água e saneamento de mais de 25 milhões de pessoas.

Bento Xavier


SÃO PAULO – Estando sob o comando público seu planejamento está subordinado aos interesses da sociedade, porém o capital tem feito ataques para transformar o direito de acesso à água em uma mercadoria. O governador eleito de São Paulo, Tarcísio de Freitas (REPUBLICANOS) alega que irá privatizar o serviço para melhorar a qualidade da empresa.

Mas o que justifica subordinar um direito tão básico aos interesses do mercado?

Em 270 cidades do mundo, empresas de saneamento básico e abastecimento de água foram privatizadas e demonstraram na prática o absurdo e fracasso que é tomar da sociedade uma empresa que garante o direito básico para manutenção da vida humana em uma empresa que se interessa em gerar lucro.

Cidades como Paris, Barcelona e Nova York, já retornaram o controle das empresas ao setor público. A tarifa social, a suspensão do corte do serviço durante a pandemia do COVID-19 e o investimento em cidades que não geram lucro com o que é arrecadado em grandes cidades, como São Paulo, são ações de uma empresa que visa atender a população.

O Brasil é um país com muitas possibilidades de acesso à água e em algumas cidades se tem bicas públicas que são exemplos do que é tornar público esse serviço. Cidades como São Caetano do Sul e Bauru possuem pontos de distribuição de água, isso garante o acesso básico à população, incentiva a prática de esportes, facilita o passeio com animais de estimação estimula o consumo de água, diminui o desperdício de garrafas plásticas e possibilitam a higiene de pessoas que estão em situação de rua. Serviço que deveria ser incentivado em todas as cidades.

No caso de Bauru e São Caetano do Sul, esses serviços são mantidos pelas DAE (Departamento de Água e Esgoto) de cada município, que são autarquias, ou seja, empresas públicas municipais.

A cidade de São Paulo tem aproximadamente 10.300 nascentes, de acordo com um levantamento feito em 2020 pela Fundação Centro Tecnológico de Hidráulica (FCTH), poderíamos ter a SABESP responsável por tornar alguns desses pontos como acessíveis e com controle para não poluir. Será que esse tipo de acesso poderia ser incentivado e mantido com a privatização da água?

Não é preciso muita abstração para sabermos qual caminho é o melhor a ser seguido, se defendemos o direito à vida.

Não podemos aceitar que trabalhadores e trabalhadoras fiquem desempregados, que cidades interioranas tenham o acesso prejudicado, que as nossas contas fiquem mais caras só para aumentar as contas bancárias de bilionários. Não podemos aceitar a privatização da SABESP.

A sociedade que queremos e podemos construir deve garantir acesso pleno à condições sanitárias, preservar fontes naturais e ter cidades que sejam construídas pensando no que é melhor para o nosso povo!

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