Professores vencem autoritarismo em unidade com o sindicato

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Professores(as) foram perseguidos(as) pela direção, mas o processo de extinção contratual e do inquérito foram encerrados e os professores puderam continuar atuando na educação graças à mobilização junto ao sindicato e à categoria.

Coordenação de Professores | Movimento Luta de Classes


DIADEMA (SP) – Entre as diversas formas de organização que foram desenvolvidas pelo povo explorado e oprimido, o sindicato aparece com destaque na história da classe trabalhadora. Gerado através da necessidade dos trabalhadores e trabalhadoras de uma entidade que organizasse os rumos da luta pelos seus direitos trabalhistas, os sindicatos conseguem mudar conjunturas através de grandes e massivas greves, como um prenúncio da revolução latente.

Buscando elucidar as tarefas imediatas do sindicato, a Conferência Internacional dos Partidos e Organizações Marxistas-Leninistas (CIPOML) apontou que “o sindicato, ao envolver-se na luta pelos direitos de seus integrantes, tem que fazer seus os interesses de toda classe e enfrentar e combater as políticas anti operárias do patronato constituir-se numa ferramenta para a luta pelas liberdades pública e os direitos democráticos de todas as classes trabalhadoras, dos povos e da juventude; deve ser um sindicato para a luta”.

Um desses exemplos de luta aconteceu na Escola Estadual Sylvia Ramos Esquível, em Diadema, que em uma luta muito dura, os professores conquistaram uma vitória grandiosa para a categoria.

Em 2021 a escola se tornou parte do Programa de Ensino Integral (PEI). Como em tantas outras unidades escolares, mesmo depois de uma votação expressiva dos alunos, professores e da comunidade escolar dizendo “não” para a implementação do Programa, a escola modificou o seu funcionamento, gerando uma evasão gigantesca de alunos do período noturno.

Como parte de uma mobilização de toda a categoria, no começo do ano de 2022, 70% dos professores da escola paralisaram suas atividades e somaram forças ao chamado do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (APEOESP) em defesa da categoria. O Sylvia foi a única escola do Programa do Ensino Integral paralisada no Estado de São Paulo, sendo referência de combatividade, ainda mais considerando que os paralisados eram majoritariamente professores contratados, os chamados “categoria O”.

Após a paralisação em protesto à forma como se implementou a PEI em todo o Estado, as professoras e professores que lecionavam no Sylvia passaram a sofrer diversas perseguições e ameaças. Em um caso extremo de perseguição, uma das professoras sofreu o processo de extinção do seu contrato por se manifestar junto ao sindicato e outros quatro foram notificados que passariam pelo mesmo processo, inclusive com possibilidade do inquérito policial.

MANIFESTAÇÃO. Professores foram às ruas com apoio popular (Foto: reprodução).

O sindicato, em luta duríssima contra o Estado representado na figura da dirigente de ensino de Diadema e da gestão da escola Sylvia Ramos, convocou atos de rua. Outros professores se somaram na luta em manifestações de apoio, abaixo-assinado e as tribunas populares foram utilizadas em total defesa dos trabalhadores ameaçados e mostraram que quem luta, conquista.

O emprego dos professores e professoras perseguidos foi mantido, o processo de extinção contratual e do inquérito foram encerrados e os professores puderam continuar atuando na educação. Vitórias que sem um sindicato mobilizado e a participação ativa da categoria, não seria possível.

Esse exemplo de luta é valioso para a classe trabalhadora e precisa ser espelhada e intensificada muito no próximo período, afinal, a educação no estado de São Paulo em 2023 contará com o Governo de Tarcísio de Freitas, apoiador de primeira instância do governo de miséria de Bolsonaro e grande defensor da privatização e sucateamento dos serviços públicos.

Durante seus quatro anos de governo, o fascista Bolsonaro teve a educação como sua inimiga número 1. Congelou e cortou bilhões de reais de investimento, trocou várias vezes de ministros da educação que culminou no escandaloso caso de corrupção no Ministério da Educação.

Além dele, Feder, recém-nomeado Secretário de Educação do governo de Tarcísio, aprovou projeto de privatização e de formação cívico-militar à frente de sua gestão no Paraná e já declarou que é contra a existência dos ministérios da Educação e da Saúde.

Num cenário de profunda preocupação com a educação pública e de qualidade no Estado de São Paulo e da fundamental necessidade de derrota do fascismo a nível nacional, o sindicato é uma ferramenta imprescindível para os trabalhadores se organizarem e lutarem contra todos os ataques.

Por isso, a associação de cada professor e professora na APEOESP é valiosa para a conjuntura do próximo período. Aos sindicatos, fica a experiência do Sylvia e o apontamento da CIPOML: sindicato é para lutar.