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sábado, 16 de novembro de 2024

Unidade Popular inicia o ano com lutas internacionais

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Coordenação dos Núcleos Internacionais da UP


Desde as eleições presidenciais de 2022, a Unidade Popular (UP) tem avançado na filiação de milhares de pessoas por todo o Brasil. E o partido também transpassou as fronteiras do país e hoje conta com dezenas de militantes na Alemanha, Áustria, Bélgica, Coreia do Sul, Espanha, Estados Unidos, França, Holanda, Inglaterra, Irlanda, Polônia, Portugal, Suécia, Suíça e Canadá. As reuniões gerais contaram com a presença do presidente do partido, Leonardo Péricles, tratando da conjuntura político-econômica brasileira e internacional. As discussões passam por condições de trabalho em terras estrangeiras, a situação de vida enquanto imigrante e as lutas dos trabalhadores e estudantes em cada país.

Na Europa, por exemplo, com quase um ano da Guerra na Ucrânia, os camaradas relataram como a crise energética vem afetando a classe trabalhadora, com a conta de luz triplicando seu valor em vários países e muitas pessoas se vendo obrigadas a não usar o sistema de aquecimento em um inverno rigoroso.

Além disso, os casos de xenofobia e ódio às minorias étnicas aumentaram por toda a parte, como no assassinato triplo contra ativistas curdos em Paris, no dia 23 de dezembro de 2022, por um supremacista francês.

No dia 08 de janeiro, enquanto os golpistas terroristas invadiam Brasília, o núcleo da França se reuniu. Uma pianista, um padre, estudantes e trabalhadores passaram o domingo em Paris, capital de greves e revoluções, discutindo a força coletiva da organização partidária e que a Unidade Popular contém as soluções concretas para os problemas que afligem o mundo.

Além disso, os camaradas realizaram um estudo coletivo, contando com relatos da situação dos imigrantes de países periféricos, o avanço fascista na França e como o núcleo pode somar na luta dos trabalhadores franceses, imigrantes e refugiados.

Já no dia 09 de janeiro, brasileiros filiados à Unidade Popular foram às ruas de vários países em defesa das liberdades democráticas e contra o vandalismo fascista. Apesar de frio e da chuva em alguns lugares, militantes e simpatizantes locais (franceses, estadunidenses, belgas) expressaram sua indignação diante da tentativa fascista de golpe no Brasil.

A população local lembrou, inclusive, que não é apenas o Brasil que está ameaçado pelo fascismo atualmente, e que o que houve em Brasília deve ser visto pelo mundo e pelos trabalhadores como uma lição. A UP acredita nas palavras de Georgi Dimitrov, secretário-geral da III Internacional Comunista, ao dizer que “A unidade de ação do proletariado sobre um plano nacional e internacional: eis aí a arma poderosa que capacita a classe operária não só para a defesa eficaz, como também para a contraofensiva eficaz contra o fascismo, contra o inimigo de classe”.

Em Berlim, dezenas de pessoas protestaram contra o vandalismo fascista e demonstraram apoio ao resultado das eleições. O encontro se deu em frente à Embaixada brasileira e contou com a presença de integrantes de grupos do Feminismo Negro e de apoio a imigrantes. Entre diversos discursos, foi feita uma proposta de lei (já encaminhada ao legislativo da cidade) para alterar o nome da praça em frente à Embaixada brasileira para Marielle-Franco-Platz, em homenagem a ex-vereadora do Rio de Janeiro assassinada covardemente em 14 de março de 2018.

Também nas terras germânicas, comunistas de todo o mundo foram às ruas em memória de Rosa Luxemburgo e Karl Liebknecht, fundadores do Partido Comunista Alemão (KPD), assassinados em 15 de janeiro de 1919.

Em fevereiro, os militantes da UP em Portugal se encontraram na cidade do Porto, para um primeiro encontro, trocando experiências e apresentando o partido para novos interessados. Antigos militantes e recém-filiados trocaram experiências sobre suas vidas no Brasil e em Portugal e reafirmaram o caminho da organização e a importância da UP para a luta socialista.

No debate, todos expuseram como conheceram a UP dentro de diversos seguimentos da luta. Foram lidas as resoluções aprovadas no II Congresso de 2021, reafirmaram a filiação e a organização do trabalho da prática diária militante. Emigrados para Portugal, ainda que de longe, expuseram a luta no Brasil e qual a situação dos brasileiros no país, que é difícil e agravada pelo aumento da inflação de mais de 7%. Sob o capitalismo, a situação dos trabalhadores brasileiros é precária pela falta de apoio burocrático do Governo Português. A militância se dispôs a se organizar por melhores condições para os brasileiros em Portugal.

Em Nova Iorque, nos Estados Unidos, os militantes estiveram em conjunto com o grupo Defend Democracy Brazil (DDB), que organizou um protesto em apoio às manifestações pela democracia que ocorreram no Brasil no dia 9 de janeiro. O protesto ocorreu na Union Square, uma praça central em Manhattan e tradicional ponto para demonstrações políticas. Em uma noite fria de inverno, vários trabalhadores se reuniram pela causa com faixas, palavras de ordem e falas contra a tentativa de golpe ocorrido no dia 8. Houve um grande foco em exigir que Bolsonaro, atualmente morando na Flórida, tenha negado refúgio nos EUA. O protesto também contou com uma intervenção do artista Adrians Black, que denunciou os fascistas: “Este é o sangue dos negros, dos judeus, o sangue de todas as vítimas de fascistas como Bolsonaro”, afirmou.

E assim a Unidade Popular segue crescendo e desenvolvimento uma política verdadeiramente internacionalista, capaz de organizar militantes nos mais diversos países e, concretamente, desenvolver ações de solidariedade à luta pelo socialismo no Brasil.

Viva o internacionalismo proletário! Viva a Unidade Popular! Viva o socialismo!

Matéria publicada na edição impressa nº 266 do jornal A Verdade

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