Encontro de Mulheres da América Latina e do Caribe está sendo organizado em Brasília. Previsão das organizadoras é reunir mais de mil mulheres de 15 países da região. Objetivo é aumentar a unidade e organização dos movimentos de mulheres contra o machismo e o capitalismo.
Claudiane Lopes e Lenilda Luna | Redação
Mais de mil mulheres, de aproximadamente 15 países da América Latina e Caribe, estarão no Brasil para compartilhar experiências, conhecer diferentes realidades, discutir os problemas que sofrem e desenvolver propostas para o fim da exploração e da opressão da mulher trabalhadora. A terceira edição do Encontro de Mulheres da América Latina e do Caribe reunirá, nos dias 21, 22 e 23 de julho, na UnB, em Brasília, mulheres de diversas idades, profissões, raças e etnias que debaterão uma agenda comum de lutas do movimento feminista.
O evento acontecerá no cenário de crise do capitalismo, de avanço do fascismo, de guerras imperialistas, do aumento da fome, do desemprego e da miséria, onde as mulheres são as mais afetadas. Em resposta, grandes manifestações foram protagonizadas pelas mulheres, que colocaram na ordem do dia temas importantes para a sociedade, tais como direitos trabalhistas, combate à inflação e à fome, discriminação racial e de gênero, direitos sexuais e reprodutivos e combate ao fascismo.
Apesar de realidades diferentes de cada país, a violência contra as mulheres nesta região é alarmante: só em 2020, mais de 4.576 mulheres foram mortas por sua condição de mulher, segundo o relatório da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal). “Propomos que os encontros internacionais fortaleçam os movimentos de mulheres de cada país, suas lutas e suas organizações. Esses eventos são um espaço de debate e troca de experiências, de reuniões, ações unitárias e solidárias em cada região”, declara Cecília Jaramillo, do coletivo equatoriano Mujeres por el Cambio.
“Nossa perspectiva é traçar debates e lutas contra os retrocessos econômicos, culturais e políticos n vidas das mulheres. Os encontros reforçam as relações de amizade e agendas de lutas entre os países”, afirma Indira Xavier, do Comitê Preparatório do Encontro.
Histórico
O 1º Encontro de Mulheres da América Latina e Caribe aconteceu em 2015, na República Dominicana, país onde viveram, lutaram e foram martirizadas as irmãs Mirabal, assassinadas pela ditadura de Rafael Trujillo, na década de 1960. O evento teve a participação de cerca de 500 mulheres.
O 2º Encontro aconteceu na Universidade Central de Quito, no Equador, em 2018. Estiveram presentes 400 participantes internacionais e 500 delegadas locais. Durante o encontro, foi realizado um ato político contra o avanço do fascismo na América Latina.
Em 2023, com o tema “Pelos direitos das mulheres e por uma América Latina e Caribe soberanos. Não à intervenção imperialista”, as organizadoras almejam um público de mais mil mulheres trabalhadoras, negras, quilombolas, indígenas, Lbtq+, idosas e jovens.
A proposta é possibilitar uma representação diversa, por isso, é preciso financiar, por meio de apoios, a participação de mulheres de baixa renda que não teriam condições de arcar com as despesas de passagens e diárias. “As delegações devem garantir a representatividade geracional, étnica e regional das mulheres latinas e caribenhas”, ressalta Carol Vigliar, do Comitê Preparatório.
As militantes do Movimento de Mulheres Olga Benario têm a honrosa tarefa de organizar o 3º Encontro em nosso país. Neste sentido, é importante garantir todas as delegações estaduais, organizar hospedagem, alimentação, creche, transporte de todas as delegadas. Para isso, contamos com o apoio financeiro de todos para que possamos ter um evento que possa avançar nas lutas pela emancipação das mulheres pelo fim deste sistema opressor, patriarcal e racista, que é o capitalismo, ultrapassando as fronteiras de qualquer país.
Contribua com a organização do Encontro doando para a nossa vaquinha virtual, www.vakinha.com.br/vaquinha/ajude-a-realizar-o-3-encontro-internacional-de-mulheres ou pelo PIX, [email protected]. Quer participar e saber mais? @enc.mujereslatinasycaribenas
Publicado na edição impressa nº268 do Jornal A Verdade.