PF recebe mais provas de que governo Bolsonaro tentou impedir eleitores de votar em 2022

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Governo Bolsonaro mapeou cidades onde Lula teve mais votos. Planilhas orientaram operações da Polícia Rodoviária Federal no 2º turno. Documentos aumentam o acervo de provas de que Bolsonaro e seus ministros tentaram dar um golpe de estado no Brasil. 

Felipe Annunziata | Redação Rio


BRASIL – Planilhas feitas pelo antigo Ministério da Justiça de Bolsonaro apontam que o governo do fascista mapeou a votação do presidente Lula (PT). Os documentos serviriam de base para a Polícia Rodoviária Federal realizar as operações de supressão de voto ao longo do 2º turno das eleições presidenciais, em 30 de outubro de 2022.

Os documentos, publicados pelo portal G1, comparam a votação de Lula e Bolsonaro nos municípios e identificam também os partidos dos prefeitos. O levantamento foi feito a pedido do ex-ministro Anderson Torres, hoje preso por suposto envolvimento com a tentativa de golpe de estado de 8 de janeiro.

No dia do 2º turno das eleições a PRF realizou bloqueios de estradas e paralisação de ônibus que transportavam eleitores. Mais da metade das operações foram feitas na região Nordeste e visava atrapalhar a votação nos municípios onde Lula teve mais votos. A entrega das planilhas à Polícia Federal confirma ainda mais esta suspeita.

Supressão do voto é tática conhecida da direita

A ação do governo Bolsonaro de realizar as operação pode ser reconhecida como uma tática de supressão de voto. Supressão de voto é a tentativa do Estado ou de um grupo político de impedir o direito de voto dos cidadãos. Esta prática é muito comum nos EUA e foi largamente utilizada pela campanha do fascista Donald Trump nas eleições daquele país, em 2020.

O que o fascismo tentou fazer no Brasil ano passado foi algo parecido. Os documentos revelados hoje mostram a relação evidente entre as operações policiais de 30 de outubro e o objetivo de Bolsonaro de atrapalhar a votação para presidente.

A cada dia que passa e as investigações avançam fica clara o envolvimento de Bolsonaro, sua família e aliados políticos em sucessivas tentativas de golpear a democracia. Além das operações no 2º turno, os apoiadores do ex-presidente fascista vandalizaram a capital federal no dia da diplomação de Lula (12/12) e tentaram explodir uma bomba no aeroporto de Brasília no Natal. Todas essas ações acabaram dando na tentativa de golpe de estado de 8 de janeiro.

É preciso que Bolsonaro e seus cúmplices sejam presos e paguem pelos seus crimes contra o povo. Não é possível a justiça e a sociedade brasileira deixarem passar impunes os atos dessa gangue de fascistas, como já fez muitas outras vezes no passado.