Rafael estava retornando para casa quando foi abordado por integrantes da corporação de polícia responsável pelo genocídio continuado da juventude pobre, negra e indígena na Bahia.
Isabella Tanajura | Salvador
LUTA POPULAR – No último domingo (21), Rafael Gonçalves, membro do Diretório Estadual da Unidade Popular e liderança indígena da Retomada Tupinambá em Abrantes foi abordado e agredido de forma racista pela polícia militar em Salvador quando estava voltando para casa. O militante chegou a receber um soco na boca e foi chamado de “vitimista” por um dos policiais ao se identificar como integrante de movimentos sociais como o Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB).
Rafael saiu da ocupação Casa Preta Zeferina no centro de Salvador e estava usando a camisa da UP e boné do MLB quando foi interpelado por dois policiais enquanto esperava no ponto de ônibus. Durante a abordagem, a PM agiu de forma truculenta e colocou a arma na cabeça dele. Em determinado momento, o jovem pediu para levantar-se e recebeu um soco na boca da polícia em resposta. Em vídeo publicado nas redes sociais da Unidade Popular, Rafael dá o seu depoimento sobre o episódio de racismo que viveu.
Infelizmente esse é mais um caso cotidiano para a polícia militar racista e violenta que assassina negros e indígenas todos os dias. A Bahia é o 2º estado com maior número de assassinatos de indígenas no país, segundo relatório Conselho Indigenista Missionário (CIMI) publicado em 2022 e o estado com maior percentual de negros mortos pela polícia polícia (98%), de acordo com relatório da Rede de Observatórios em 2021. Conforme relatado nesse mesmo documento, todos os mortos pela polícia em Salvador são negros.
É necessário que esse tipo de ação não seja normalizada e que lutemos para a tomada de poder pelos trabalhadores, encerrando a política racista e genocida do estado burguês no nosso país.