MLC lança chapa histórica para as eleições da APEOESP. Chapa “Luta de Classes” reúne professores e professoras de várias partes do estado de SP na defesa da educação pública, gratuita de qualidade e com valorização profissional.
Movimento Luta de Classes | São Paulo
TRABALHADORES UNIDOS – Após seis anos, o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) realizará suas eleições para troca de gestão, tanto em nível estadual quanto regional, no dia 26 de maio. O sindicato reúne 180 mil associados, sendo o maior sindicato da América Latina, representando a categoria de professores e professoras.
Diante da importância do ensino de qualidade para os trabalhadores e do papel fundamental que a educação cumpre na forma de organização da sociedade, o Movimento Luta de Classes (MLC) lança a chapa “Luta de Classes” (Chapa 3) para disputar as eleições, com apoio da Unidade Popular (UP).
Nos últimos quatro anos, a educação foi declarada inimiga número um daqueles que querem manter os seus privilégios. De acordo com o Observatório do Legislativo Brasileiro, a educação foi a área mais afetada pelo Governo Bolsonaro, tendo cortes bilionários nos investimentos no ensino básico e superior.
Apoiado pelo ex-capitão, o atual governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, segue a mesma política de sucateamento, planejando entregar a educação pública para a iniciativa privada e aumentando ainda mais a exploração dos trabalhadores e trabalhadoras. De acordo com Karol Vilela, candidata à presidência da Apeoesp pela Chapa 3, “nós, professores, sentimos na pele as consequências do sucateamento da educação. A carga horária de trabalho é maior, nossos salários valem cada vez menos e muitos dos direitos que tínhamos foram retirados. Estamos há dez anos sem concurso público, sendo que a maioria da nossa categoria já é de professores contratados, ou seja, não concursados”. Na avaliação da professora, a falta de concurso público, além de piorar as condições de trabalho, também serve para desmobilizar e dividir a categoria. “Nossa chapa defende a abertura imediata de concurso público para todos os trabalhadores da educação. Além disso, os professores temporários devem ter os mesmos direitos que os efetivos”, completa Karol.
Para enfrentar os retrocessos e respondê-los a altura, Lara Amaral, professora da Zona Leste de São Paulo e integrante da Chapa Luta de Classes, diz que, “só com a organização e a mobilização dos professores, poderemos virar o jogo. Precisamos de um sindicato forte, que organize a luta da categoria por melhorias no nosso dia a dia”. A proposta da chapa é a mudança da Apeoesp, para que esta seja construída coletivamente com a máxima participação da base. “Sindicato tem que estar presente no dia a dia da categoria, dialogando, promovendo assembleias e debates. Desse modo, podemos impulsionar as lutas”, acrescenta.
Os professores possuem um grande histórico de luta. Muitas vitórias foram conquistadas através de mobilizações, greves e manifestações, sendo exemplo para toda a sociedade. Segundo Thais Gasparini, professora do ABC Paulista, “é possível a gente reverter essa situação. Já garantimos muitas vitórias durante a nossa história. Devemos transformar nossas escolas em trincheiras de luta e união contra o governo do Tarcísio e em defesa de uma educação transformadora e de qualidade. Para isso, um sindicato com luta de classes em defesa dos trabalhadores e da educação faz diferença”.
A Chapa 3 – Luta de Classes é a chapa das professoras e professores que estão na luta todos os dias, dentro das salas de aula. Com representatividade na Capital, Região Metropolitana e no interior, é uma chapa combativa, composta majoritariamente por mulheres, que representa a indignação dos professores. João Suzigan, professor de Campinas, convida “todas as professoras e professores a construírem essa campanha popular junto com o MLC e a UP. Temos grandes desafios, mas o nosso objetivo principal é apresentar essa alternativa de luta para a superação dos nossos problemas para a nossa categoria. Lançamos chapas para disputa das subsedes também. Estamos animados e dispostos!”.
Para além da Diretoria Estadual Colegiada, a chapa também disputará os conselhos nas seguintes subsedes: Santo André, São Bernardo do Campo, Diadema, Vila Prudente, Norte Santana, Campinas e Santo Amaro.
Matéria publicada na edição impressa nº271 do Jornal A Verdade.