Dados divulgados revelam que os gastos militares dos principais países capitalistas do mundo ultrapassaram, em 2021, pela primeira vez na História, a marca de US$2 trilhões (cerca de R$11,6 trilhões). Apesar das promessas em nome da liberdade, da paz e da democracia, a verdade é que as grandes potências estão se preparando para arrastar a humanidade para uma nova guerra mundial.
Heron Barroso | Redação
INTERNACIONAL – Dados divulgados pelo Instituto Internacional de Pesquisa para a Paz de Estocolmo (Sipri, na sigla em inglês), no mês de abril, revelam que os gastos militares dos principais países capitalistas do mundo ultrapassaram, em 2021, pela primeira vez na História, a marca de US$ 2 trilhões (cerca de R$ 11,6 trilhões). Detalhe: dados anteriores à eclosão da Guerra da Ucrânia.
Esse valor é quase oito vezes maior que o necessário, por ano, para acabar com a fome no planeta até 2030, de acordo com a ONU, mas insuficiente para alimentar a máquina de guerra do imperialismo. “O ritmo que temos para o aumento dos gastos com a defesa não é alto o suficiente. Em um mundo mais perigoso, precisamos investir mais”, exigiu Jens Stoltenberg, secretário-geral da Otan.
A lista dos países que mais gastaram com a compra de armas, munições, tanques, navios de guerra, aviões e bombas é encabeçada pelos Estados Unidos (US$ 801 bilhões), seguido por China (US$ 293 bilhões), Índia (US$ 76,6 bilhões), Reino Unido (US$ 68,4 bilhões) e Rússia (US$ 65,9 bilhões). Como vemos, estamos diante da maior corrida armamentista desde o fim da chamada Guerra Fria.
Europa se arma
De fato, o levantamento do Sipri alertou para o aumento dos gastos militares, especialmente na Europa. Somente no último ano, houve um crescimento de 65% nas importações de armas para os países europeus membros da Otan, incentivadas principalmente pela Guerra da Ucrânia. Entre as encomendas, estão 376 aeronaves de combate e helicópteros, bem como porta-aviões, contratorpedeiros, fragatas e submarinos.
A guerra, aliás, tem se mostrado um negócio bastante lucrativo para os monopólios capitalistas. Desde o início da invasão, em fevereiro de 2022, os Estados Unidos e todos os países europeus somados já doaram mais de US$ 100 bilhões ao governo da Ucrânia, e mais de 2 bilhões de euros serão destinados, até o final do ano, à compra de munição para as tropas ucranianas.
O aumento das tensões e das ameaças de guerra entre os dois principais blocos imperialistas da atualidade (EUA/União Europeia x China/Rússia) tem pressionado uma série de governos europeus a fortalecerem seus orçamentos militares.
Em fevereiro, o primeiro-ministro da Alemanha, Olaf Scholz, anunciou que seu país destinará ao menos 2% do Produto Interno Bruto (PIB) para a defesa e investirá 100 bilhões de euros para modernizar as Forças Armadas.
Na França, o presidente Emmanuel Macron tomou medidas para que o orçamento militar francês chegue a 430 bilhões de euros em 2030, quase dez vezes maior que o atual.
Outro país membro da Otan, a Polônia, destinou este ano 2,2% do seu PIB para a defesa e já informou que pretende chegar a 3% em 2023. O governo polonês também está criando uma base próxima à fronteira com a Rússia, onde serão armazenados milhares de equipamentos militares, como tanques, veículos de combate de infantaria e armamento pesado.
Para financiar todas essas medidas, os governos burgueses aumentam a exploração sobre a classe trabalhadora, retiram direitos, reduzem salários e aposentadorias, promovem ajustes fiscais e perseguem as organizações sindicais, partidos comunistas e movimentos sociais. Logo, os povos das diversas nacionalidades são as maiores vítimas da política de guerra do imperialismo.
Abaixo o imperialismo
Apesar das belas frases e promessas em nome da liberdade, da paz e da democracia, a verdade é que as grandes potências estão se preparando para arrastar a humanidade para uma nova guerra mundial.
Para a burguesia, o que importa é o controle das áreas de influência e dos lucros dos monopólios capitalistas. Como definiu Lênin em sua obra O imperialismo, fase superior do capitalismo, “faz parte da própria essência do imperialismo a competição de várias grandes potências em suas aspirações à hegemonia”.
É preciso denunciar esses planos de guerra e lutar pela derrota do capitalismo. Caso contrário, correremos o sério risco de transformar nosso planeta num imenso cemitério.
Matéria publicada na edição nº 270 do Jornal A Verdade.
Muito bom texto