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quinta-feira, 2 de maio de 2024

Luta por atendimento especializado para pessoas autistas avança em Castanhal (PA)

Abaixo-assinado realizado pela Associação de Pais e Amigos de Autistas de Castanhal-PA busca fortalecer a política de atendimento no município

Pedro Costa e Welfesom Alves | Redação PA


LUTA POPULAR – Toda pessoa que apresenta o Transtorno do Espectro Autista tem direito a atendimento especializado, conquistado através da luta pela aprovação da lei 12.764/2012, chamada “Berenice Piana”. No entanto, os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) que nos últimos anos passou por intenso processo de sucateamento, não possuem plenas condições de atender a complexidade e o desafio para encontrar um bom profissional nos municípios é imenso, situação que se agrava a cada quilômetro que nos distanciamos das capitais.

O Governo do Pará é responsável pela expansão dos Núcleos de Atendimento ao Transtorno do Espectro Autista (Natea), com Belém possuindo o Centro Integrado de Inclusão e Reabilitação (CIIR) que durante alguns anos centralizava o atendimento. Com a luta desenvolvida pela Associação de Pais e Amigos de Autistas de Castanhal, oficializada em 2012, conquistou-se em 2014 a construção do Centro de Atenção à Pessoa com Autismo (CEAPA) no município de Castanhal, na Região Metropolitana de Belém. Esta importante vitória vem acompanhada de um novo desafio: a expansão do atendimento para reduzir a fila de espera no município.

A cidade de Castanhal possui aproximadamente 205 mil habitantes, natural que haja uma demanda alta e um abaixo-assinado está sendo realizado para que a Prefeitura de Castanhal e sua Câmara dos Vereadores possam dar seguimento à contratação de profissionais da neuropediatria, psiquiatria infantil, fonoaudiologia, fisioterapia e terapia ocupacional para que seja possível reduzir e até mesmo zerar a fila de 600 crianças que aguardam para iniciar o atendimento. Reuniões com a Secretaria de Saúde do município já foram realizadas para que o processo possa ser agilizado, bem como em outras secretarias que são essenciais para garantir esporte, cultura e lazer, elementos centrais na boa qualidade de vida e que contribuem no desenvolvimento de habilidades motoras, sensoriais, psicoemocionais, cognitivas e sociais de jovens e adultos.

Cleo Natividade é presidente da Associação de Pais e Amigos de Autistas de Castanhal e conta sobre as atividades desempenhadas pela entidade: “Nós temos um grupo de pais de mais de 300 famílias que nós estamos juntos nessa causa, também a instituições tanto públicas quanto privadas. Nós fazemos o atendimento e a orientação desses pais para saber onde procurar acompanhamento em Castanhal e em cidades vizinhas. Realizamos todos os anos, no mês de abril, a Caminhada em Conscientização das Pessoas com Autismo, onde reivindicamos pela associação o tratamento especializado e que os medicamentos possam ser solicitados através do SUS”.

O ponto central é que para expandirmos a rede de saúde no Brasil precisamos ampliar o investimento na área, é urgente sairmos de um patamar de investimento de apenas 3,37% do PIB enquanto que a dívida pública abocanha quase metade do orçamento. Se tem uma área que carece de investimento é essa, sabemos a qualidade dos dispositivos de saúde que a classe trabalhadora utiliza e que são sucateados para favorecer a lógica do lucro na saúde. Saúde mental não é um direito negociável, são nossas vidas, de nossos pais, avós, filhas que estão em jogo e portanto a saída é a luta coletiva.

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