Após mobilizações do movimento estudantil, Ministro da Educação assumiu publicamente o compromisso de iniciar mais uma fase de obras para a implementação do campus da Unifesp na Zona Leste de São Paulo.
Josias Lima* | São Paulo
JUVENTUDE – O campus Zona Leste da Universidade Federal de São Paulo é fruto de muitos anos de luta dos movimentos sociais e de trabalhadores das periferias da região em que o campus hoje se encontra.
O terreno do campus pertencia a uma antiga metalúrgica que foi a falência e não pagou os direitos trabalhistas dos operários, tempos depois o terreno foi cedido a Unifesp para que colocasse em prática o projeto de universidade idealizado pelo patrono da educação, Paulo Freire, denominada universidade dos trabalhadores – uma universidade popular, democrática e aberta à comunidade.
Com a chegada da primeira turma de graduação do curso de geografia em 2020, durante o governo fascista de Bolsonaro, a pouco estrutura que o campus tinha se manteve durante todo o governo, impossibilitando a construção de novas salas de aula, de laboratórios, a abertura de novos cursos e a construção do restaurante universitário.
Em vez de liberação de orçamento, os estudantes do mais novo campus da Federal de São Paulo acompanharam diversos ataques a educação pública e tentativa de Bolsonaro em destruir as Universidades e Institutos federais.
Não contente com a realidade do campus e da conjuntura nacional, o Movimento Correnteza passa a mobilizar os estudantes para fundar o Centro Acadêmico do curso e organizar a luta contra o fascismo, pela defesa da democracia e pela liberação de recursos para que a federal na ZL seja realidade, de forma a garantir que a juventude pobre tenha acesso a uma educação pública, gratuita e de qualidade.
Em um ano de fundação e da primeira gestão eleita, sob organização do Movimento Correnteza, o Centro Acadêmico de Geografia realizou diversas atividades, ocupou a reitoria, fez paralisações, contribuiu para reativação do fórum em defesa do campus, que reuniu diversos movimentos sociais e trabalhadores e lançou a campanha “Eu Defendo a Unifesp ZL”, que ganhou as ruas e as redes.
As nossas mobilizações foram a garantia de que o campus se mantivesse de portas abertas, que houvesse reformas para receber as próximas turmas, a implementação do auxílio alimentação, que os estudantes irão receber até o fim das obras do RU e, recentemente, chegamos ao governo federal, que anunciou a liberação de recursos para início das obras em reunião com a reitora da Unifesp, Prof° Raiane Assumpção.
O Ministro da Educação assumiu publicamente o compromisso de iniciar mais de uma fase de obras para a implementação do campus. A prefeitura que até então estava irredutível para liberar as licenças para a construção do campus, após a luta dos estudantes, teve que recuar e anunciar a liberação para o próximo mês de um montante de 4 milhões de reais para a construção do restaurante universitário.
Também foi anunciado que iniciaram o processo de licitação para as obras e realizaram de imediato uma reforma em frente ao campus com faixas de pedestre, pontos de ônibus e regulação do farol para garantir a segurança para os estudantes.
O CAGEO-Unifesp é a prova de que quem luta, conquista!
*Presidente do CAGEO e Militante da UJR