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sexta-feira, 3 de maio de 2024

Vamos construir um combativo encontro latino-americano e caribenho de mulheres

Coordenação Nacional do Movimento Olga Benario


MULHERES – O Movimento de Mulheres Olga Benario realizou, no dia 18 de junho, uma plenária com mais de 150 delegadas ao 3º Encontro de Mulheres da América Latina e do Caribe. O objetivo traçar e dividir as tarefas finais para que o encontro seja exitoso.

A previsão é de que tenhamos mais de 800 mulheres de 15 países, que, durante três dias, irão compartilhar suas histórias de luta, discutir os problemas e desenvolver propostas para ações conjuntas pelos direitos da mulher e um mundo melhor. Essa será a terceira edição do encontro, que já aconteceu no Equador e na República Dominicana. Neste ano, com o tema “Pelos direitos das mulheres e por uma América Latina e Caribe soberanos”, o encontro ocorrerá nos dias 21, 22 e 23 de julho, na Universidade de Brasília.

A plenária teve início com Indira Xavier, da Coordenação Nacional do Olga, falando sobre a importância do encontro e da nossa ousadia em realizá-lo. “Nossa perspectiva é traçar debates e lutas contra os retrocessos econômicos, culturais e políticos na vida das mulheres. Nós defendemos a vida, a natureza, o nosso povo e nossos filhos, mas não basta defendermos em palavras. É necessário desenvolvermos uma agenda de unidade de mulheres das Américas para impedir que nossos povos continuem sendo saqueados. Por isso, precisamos ocupar Brasília com a disposição dessas mulheres, que, nos últimos quatro anos, estiveram nas ruas defendendo as nossas vidas, o nosso povo!”.

Carol Vigliar, também da Coordenação Nacional, falou sobre as tarefas do movimento até 20 de julho. “Precisamos realizar plenárias preparatórias nos nossos estados para garantir o envolvimento de todas as companheiras na construção do encontro. Precisamos ler e estudar os textos indicados para que possamos chegar preparadas. Além disso, arrecadar os recursos necessários para garantir a inscrição e o transporte das delegadas. Para ajudar nessa tarefa, além da venda de materiais, brechós e festas, devemos realizar um dia nacional de pedágio, um dia nacional de luta contra o feminicídio. Nesse dia, realizaremos panfletagens denunciando o fato de que vivemos no quinto país que mais assassina suas mulheres no mundo e pedir a contribuição das pessoas”, enfatiza Carol.

Guita Marli, responsável pelas atividades culturais, ressaltou que “nosso movimento é um movimento extremamente rico, Rico em sua diversidade, rico em sua cultura, como é o nosso país. Receberemos com alegria nossas companheiras da América Latina e do Caribe e festejaremos juntas esta unidade”.

Gabriela Gonçalves destacou a importância do princípio de autossustentação do movimento: “Nós sempre fizemos tudo aquilo que nós queremos sem depender do dinheiro dos que exploram o povo. Somos ousadas e, com trabalho e disciplina, faremos um vitorioso encontro!”.

Várias mulheres se inscreveram para falar sobre a importância desse encontro na conjuntura em que estamos vivendo, de acirramento da luta de classes e iminência de uma guerra em escala mundial. Também destacaram que o encontro tem ajudado no crescimento e desenvolvimento do movimento em todo o país.

Pedágio nacional contra o feminicídio 

Como parte da agenda de mobilização do 3º Encontro, no dia 26 de junho, o Movimento foi às ruas com objetivo de obter apoio e denunciar a situação de violência a que as mulheres estão submetidas. Militantes, com panfletos e cartazes, conversaram com as mulheres, falaram sobre sua situação e pediram contribuições. Até o dia do encontro, serão realizados mais pedágios.

Na conjuntura atual, de ataque aos direitos dos trabalhadores e das trabalhadoras, de destruição e saque dos recursos naturais, de avanço de organizações fascistas pelo mundo, de aprofundamento da crise econômica, um encontro como esse é mais do que necessário. Por isso, é tarefa de todas as companheiras trabalhar duro nessa reta final.

O Movimento de Mulheres Olga Benario é uma organização que tem como princípio a autossustentação. Acreditamos que é o povo quem deve financiar suas lutas. Será principalmente através de nossos esforços próprios e de nossos aliados que realizaremos esse grandioso evento.

Convocatória do 3º Encontro de Mulheres da América Latina e do Caribe

“De cada um dos países da América Latina e do Caribe, nós mulheres, que lutamos diariamente para transformar a condição de subordinação e dupla opressão em que ainda vivemos como resultado da vigência do capitalismo e do patriarcado, unidos na manutenção da condição de exploração e miséria da grande maioria da humanidade. Somos herdeiras da luta dos povos e das mulheres de cada um de nossos países, e com esse legado histórico, nos rebelamos contra a usurpação, colonização, exploração e o intervencionismo das potências imperialistas em nosso continente (…).

Chegamos ao ano de 2023, protagonizando grandes confrontos em oposição ao capitalismo, imperialismo e patriarcado, causadores do atraso dos povos e as crises cada vez mais violentas e profundas, situação que agrava o ataque aos direitos humanos, o desemprego, a fome, a feminização da pobreza, expressões de violência contra a mulher e a precarização das condições de vida da classe trabalhadora e dos povos, agravada pela pandemia e pela guerra interimperialista que atinge a humanidade, intensificando as políticas intervencionistas; bem como a implementação de ações que intensificam as formas violentas de opressão e exploração do sistema capitalista e que coloca a nós mulheres como o setor da população que mais sofre com suas consequências. (…)

Nos últimos anos temos visto um crescimento massivo dos movimentos de mulheres, um exemplo disso é a greve internacional das mulheres, as campanhas contra o feminicídio, as ações e vitórias alcançadas pela eliminação das diversas expressões de violência, especialmente a violência política contra as líderes sociais e populares, pela legalização do aborto, em defesa dos direitos sexuais, pela autonomia e livre decisão sobre nossos corpos e nossos territórios, bem como a participação através da libertação dos povos contra a intervenção e avanço do fascismo. O avanço do imperialismo com sua política intervencionista em diversos países, apoiado pelos governos de extrema direita e outras tendências, além da subordinação da socialdemocracia, nos dá a urgente tarefa de lutar em nossas nações: contra a exploração capitalista e imperialista, em oposição à opressão, discriminação patriarcal e dupla jornada de trabalho. (…)

Mulheres, para alcançar a transformação radical dessas condições atuais, avançando nossa sociedade, não vamos descansar no propósito de construir um movimento de mulheres que se torne uma poderosa contribuição para a emancipação. Lutamos pela construção de uma nova sociedade que garanta os direitos, a convivência harmoniosa com a natureza, o progresso e a dignidade da mulher na humanidade. 

(…) Por isso, convocamos as mulheres latino-americanas e caribenhas para o Terceiro Encontro de Mulheres a ser realizado no Brasil, nos dias 21, 22 e 23 de julho de 2023, para construirmos juntas um espaço de análise, debate de problemas comuns e suas causas, unificar agendas que nos permitam constituir uma forte unidade de luta e que fortaleçam a solidariedade entre as mulheres na América Latina e do Caribe.”

Matéria publicada na edição nº 274 do Jornal A Verdade.

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