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domingo, 22 de dezembro de 2024

A luta dos trabalhadores da Tecnologia da Informação

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As empresas de tecnologia detêm o controle e o capital a partir, dentre outras coisas, da permissão e acesso às principais redes sociais utilizadas no mundo. Apesar da aparente novidade no modo de produção, o princípio desenvolvido por Karl Marx e Engels de superexploração da classe trabalhadora para obtenção de superlucros segue mais comprovada do que nunca.

Jonas Silva | São Paulo


TRABALHADOR UNIDO – Em abril de 2017 foi aprovada a Reforma Trabalhista, que prometeu combater o crescente desemprego a partir da flexibilização das leis trabalhistas e da terceirização. Em nosso editorial passado os resultados do processo da “Reforma Trabalhista” foram sintetizados como uma política fascista de maior exploração da classe trabalhadora.

Naquele período, tentava-se apresentar a reforma como um avanço para os trabalhadores de tecnologia da informação, apresentando diversos pontos da reforma como benefícios, principalmente com relação a possibilidade de se trabalhar em regime de Pessoa Jurídica (PJ), e com isso: a possibilidade do trabalhador ser o seu “próprio patrão”, receber salários maiores do que no regime CLT e fazer “o seu próprio horário”.

Os anos se passaram e os impactos da reforma já são visíveis no dia a dia desses trabalhadores: aumentaram às demissões, precarização geral das condições de trabalho, a saúde física e mental pioraram e na prática não há garantia nenhuma de estabilidade no emprego e as demissões são feitas sem nenhum direito ou compensação à categoria.

Em nossas edições anteriores, denunciamos as demissões em massa nas empresas “Big Techs” como são chamadas nos EUA. Empresas como Google, Amazon, Meta e Microsoft, juntas demitiram no último período, mais de 270.000 trabalhadores e trabalhadoras. 

O lucro das Big Techs bate recordes após demissões

As empresas de tecnologia detêm o controle e o capital a partir, dentre outras coisas, da permissão e acesso às principais redes sociais utilizadas no mundo. Apesar da aparente novidade no modo de produção, o princípio desenvolvido por Karl Marx e Engels de superexploração da classe trabalhadora para obtenção de superlucros segue mais comprovada do que nunca.

Após as demissões em massa da Microsoft, Alphabet (dona da Google), Meta (dona do Facebook) e a Amazon, juntas, no 1º trimestre de 2023, registram um fabuloso lucro líquido de 42,25 Bilhões de dólares.

Frente a essa situação, a classe trabalhadora respondeu aumentando seu nível de organização e luta. O Movimento Luta de Classes é a referência da luta classista da categoria que reconhece a necessidade de se unir pela organização para mudar a realidade no setor.

No estado de São Paulo, o MLC organizou assembleias com esses trabalhadores desde o começo do ano. Durante a primeira assembleia presencial dos trabalhadores e trabalhadoras de tecnologia, em maio de 2023, foi realizada a eleição de uma coordenação da categoria e o debate mostrou a combatividade frente à exploração, além da construção de núcleos do MLC para a luta e avançar nas pautas da categoria.

Além disso, os encontros regional e estadual, preparatórios para o Congresso Nacional, contaram com expressiva participação de trabalhadores da tecnologia. O acúmulo dos debates nos permitiu lançar as bases para estabelecer uma linha política que será apresentada no Congresso Nacional do MLC.

Tecnologia para a classe trabalhadora

Uma das principais contradições que os trabalhadores da categoria passam diariamente é estarem no centro da produção da tecnologia, que é responsável pela demissão de diversos trabalhadores. Esse desenvolvimento tecnológico deve servir para melhorar as condições de trabalho e reduzir a jornada de trabalho, entretanto, serve única e exclusivamente para aumentar os lucros dos investidores e donos dessas empresas. 

Por isso, é fundamental que a produção esteja sob a direção da classe trabalhadora, assim os avanços tecnológicos e científicos vão, de fato, trazer melhorias nas condições de vida de todo o povo.

Na atual conjuntura, é urgente nós construirmos as lutas pela revogação das reformas, nos associar e construir ativamente os sindicatos para disputar a consciência dos trabalhadores sobre sua importância.

Com muita solidariedade de classe devemos nos apoiar nesse período difícil, ajudar os trabalhadores demitidos na recolocação no mercado de trabalho, questionar ofertas de emprego sem carteira assinada e chamar os trabalhadores para se organizar para construir uma nova sociedade livre da exploração, a sociedade socialista.

Matéria publicada na edição nº 275 do Jornal A Verdade.

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