Coordenação Estadual do Movimento de Mulheres Olga Benário em São Paulo
MULHERES – No último ano, 62% dos casos de feminicídio foram de mulheres negras. Mais da metade dos casos de violência sexual, em 2021, foram contra negras e, 22% das famílias chefiadas por negras, são vítimas da fome. É assim que vivem as mulheres negras no Brasil e em toda a América latina e Caribe, reflexos da perversa conexão que há racismo e patriarcado.
Não conformadas com esse cenário de violência é que o Movimento de Mulheres Olga Benario realizou, há seis anos, no dia 25 de julho, a Ocupação de Mulheres Helenira Preta, em Mauá (SP), e, há dois anos, as Ocupações Carolina Maria de Jesus, em Santo André (SP), e Helenira Preta II, em Mauá (SP).
As ocupações surgem para denunciar o aumento da violência e a necessidade de mais políticas públicas, além de possibilitar ao Olga aprofundar a organização de mais mulheres para lutar em defesa de suas vidas e direitos.
Construídas na região do região do ABC Paulista, onde as políticas públicas têm sido mais sucateadas, as ocupações possibilitaram avanços, em Santo André, o Centro de Referência da Mulher foi ampliado e ganhou novo espaço em local mais acessível e, em Mauá, foi estruturada a Secretaria da Mulher que era inexistente antes da Casa Helenira Preta, além disso, provocou a articulação necessária para a criação da Rede de Enfrentamento à Violência, além de ter sido construído Centro de Referência, por iniciativa e luta da coordenação da casa Helenira, confirmando o poder de pressão que as ocupações podem impor ao poder público.
Além disso, obtiveram vitórias: em Santo André, as mulheres conquistaram um espaço cedido pela Prefeitura para que o movimento construísse a Casa da Mulher Trabalhadora Carolina Maria de Jesus e, em Mauá, foi conquistado um terreno onde será construído um imóvel para a Casa Helenira Preta.
Essas conquistas apontam qual o caminho devemos seguir para avançarmos nas nossas pautas: a organização popular e a luta!
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Matéria publicada na edição nº 275 do Jornal A Verdade.