Glauber Braga é multado em 1 milhão de reais por juiz reacionário do Rio. Parlamentar socialista está sofrendo perseguição por tentar organizar o ato político pacífico em apoio a deputada estadual Marina do MST, recentemente agredida por um bando fascista em Nova Friburgo (RJ).
Felipe Annunziata | Rio de Janeiro
BRASIL – Desde do último dia 28, o deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) vem sofrendo uma perseguição do juiz Sergio Roberto Emilio Louzada, do Tribunal de Justiça do RJ. O juiz expediu ação contra uma manifestação política em solidariedade a deputada estadual Marina do MST (PT) que o deputado estava convocando para o domingo (27) em Lumiar, no município de Nova Friburgo, interior do Rio.
Em 12 de agosto, a deputada do MST foi agredida por um bando fascista enquanto fazia uma plenária pública de prestação de contas. Nova Friburgo é uma das principais bases eleitorais de Glauber e de Marina o que levou ao parlamentar a mobilizar os movimentos sociais da região contra a organização fascista.
Com uma justificativa sem qualquer embasamento jurídico, o juiz Louzada proibiu o ato de desagravo dizendo que Lumiar “não tem estrutura urbana para receber manifestações políticas”.
O argumento do juiz não encontra nenhum amparo no direito à livre manifestação previsto na Constituição e na prática só fortalece as organizações fascistas do interior do RJ. Mesmo assim, o deputado Glauber suspendeu a realização da manifestação e foi a Lumiar no dia 27 para esclarecer às pessoas que não sabiam que o ato havia sido cancelado.
Mas, o juiz Louzada não satisfeito em impedir a livre manifestação do povo friburguense decidiu também multar em 1 milhão de reais o parlamentar socialista. Nas redes sociais, Glauber Braga publicou o extrato da sua conta bancária mostrando que todo o valor de seu salário como deputado havia sido confiscado pela justiça.
Não é a primeira vez que a justiça burguesa age contra movimentos sociais e parlamentares de esquerda em Nova Friburgo. O interior do Rio de Janeiro está dominado por oligarquias políticas, grandes empresários e organizações reacionárias que perseguem os movimentos de esquerda. Em muitos casos estes setores encontram apoio na justiça burguesa do estado para impedir manifestações, perseguir sindicatos, ocupações e militantes políticos.