Grandes empresas são responsáveis pela falta d’água no Rio de Janeiro

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Culpa das grandes empresas, 11 milhões de pessoas ficaram sem água no Rio de Janeiro. A Empresa Burn descartou material detergente no Rio Guandu nesta segunda-feira (28), acarretando na interrupção do fornecimento de água em mais de 300 bairros do Rio de Janeiro e da Baixada Fluminense. 

Igor Barradas | Redação RJ


MEIO AMBIENTE – Apesar do que propagam os grandes meios de comunicação da burguesia, quem polui o meio ambiente não são os pobres, mas sim os ricos, as indústrias, os capitalistas e grandes proprietários. A poluição causada pelo descarte no Rio Guandu de um material detergente da empresa Burn, nesta segunda-feira (28) acarretou na interrupção do fornecimento de água no sistema Guandu.

O serviço foi interrompido na última madrugada, quando a Cedae (Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro) detectou a presença de uma espuma branca na água que entrava na Estação de Tratamento do Rio Guandu.

Essa ação dos empresários, que se recusam a utilizar o descarte correto dos resíduos apenas para lucrarem mais, afetou mais de 300 bairros do Rio de Janeiro e da Baixada Fluminense e aproximadamente 11 milhões de pessoas. Após 14 horas de paralisação, a Cedae voltou a realizar a captação de água no Rio Guandu, às 19h30 da segunda-feira (28). 

Rio Guandu fornece água potável para toda Região Metropolitana do Rio de Janeiro

Ao todo, o sistema de abastecimento do Rio Guandu atende 11 milhões de pessoas, em 9 municípios da Região Metropolitana do Rio de Janeiro. É uma reserva gigantesca de água no território fluminense e há uma poluição extrema por parte das grandes empresas. Fruto de uma opção política ao longo da história, governo vai e governo vem e não priorizam a questão da universalização do abastecimento de água para a população.

O Rio Guandu é contaminado por um grande volume de esgotos industriais e domésticos não tratados. Somente na área da Bacia do Guandu, com 1.385 km², existem ao todo 40 indústrias que despejam diariamente resíduos poluentes em sua extensão.

Empresas não se importam com meio ambiente e querem privatização do sistema hídrico

Para atender os interesses dos capitalistas nacionais e estrangeiros, inúmeras iniciativas de privatização da água ocorrem por todo o Estado do Rio de Janeiro. Como diziam Karl Marx e Friedrich Engels, “o moderno poder de Estado é apenas uma comissão que administra os negócios comunitários de toda a classe burguesa”. Os industriais querem vender o país a preço de banana e transferir o patrimônio público para o privado, ou seja, um verdadeiro crime contra o nosso povo.

Vejamos. Em Niterói, o serviço foi privatizado e apenas os bairros ricos possuem um abastecimento regular, enquanto os bairros pobres e as periferias do município não possuem saneamento. Na região de Cabo Frio, no interior do estado, quem mora nas periferias não possuem acesso ao tratamento de esgoto devido à privatização recente.

Por isso, as empresas recorrem a crimes ambientais para culpar o Estado e tirar o foco de que realmente polui o mesmo ambiente. A Cedae, empresa pública, continua com a produção da água, mas a distribuição, a parte econômica, a arrecadação, ficam com as empresas privadas. É preciso, portanto, o imediato controle sobre os recursos hídricos para garantir o abastecimento de toda a população e a reestatização total das empresas que foram privatizadas.