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quinta-feira, 21 de novembro de 2024

Ocupação Rayana Alves: um ano de luta e resistência em Belém

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Para atingir seus objetivos, a Ocupação conta com uma rede de solidariedade formada por voluntárias e profissionais de diversas áreas: assistentes sociais, advogadas, psicólogas, enfermeiras e médicas.

Hamblea Souza e Pietra Nascimento | Belém


MULHERES – Em 15 de agosto de 2022, o Movimento de Mulheres Olga Benario organizou a ocupação de um prédio abandonado há mais de sete anos, sem função social, em uma área central de Belém do Pará. Nascia a Ocupação de Mulheres Rayana Alves, com o nome em homenagem a esta companheira que dedicou sua vida à construção do socialismo em nosso país.

Após um ano, celebramos a realização das ações que promovem o atendimento das moradoras da Região Metropolitana de Belém, num lugar onde é colocada em prática a solidariedade, o cuidado e também é estimulada a educação política participativa, tanto de quem chega em vulnerabilidade quanto de quem se constrói na militância.

Para atingir seus objetivos, a Ocupação conta com uma rede de solidariedade formada por voluntárias e profissionais de diversas áreas: assistentes sociais, advogadas, psicólogas, enfermeiras e médicas. Em comum, todas na busca por garantir não apenas o cumprimento de uma função, mas de um acolhimento digno para mulheres vítimas de violência, estimular a educação política, com rodas de estudos e debates, assim como cursos e oficinas abertas. 

As ocupações nascem também da necessidade de lutar pelo uso do solo por parte do povo, questionando a função social de imóveis prevista em lei e construindo uma nova territorialidade no lugar, protagonizada pelas mulheres organizadas.

As ocupações e casas de referência do Movimento de Mulheres Olga Benario sempre escolhem homenagear mulheres que lutaram por uma mudança justa para o nosso povo, que denunciaram as opressões de raça, de classe e combateram da sua maneira as violências desse sistema para poucos.

Assim, a Ocupação Rayana Alves tem um significado diferente e muito íntimo para todos que constroem as nossas fileiras de lutas em Belém. A pessoa que se escolhe homenagear com a primeira ocupação de mulheres do Norte carrega a memória da militante que ajudou a construir o Movimento e que jamais será esquecida por seus familiares e camaradas.

Matéria publicada na edição nº 277 do Jornal A Verdade.

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