Trabalhadores terceirizados da manutenção de construção civil da Universidade Federal do Rio Grande do Norte paralisaram suas atividades demandando o pagamento de seus salários atrasados e melhores condições de trabalho.
Kivia Moreira | Natal
No dia 08 de agosto, os trabalhadores da manutenção de construção civil da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) realizaram uma assembleia, no canteiro de obras atrás do Restaurante Universitário do campus Natal, para deliberar sobre a paralisação da categoria.
Isso ocorre, especialmente, porque os trabalhadores possuem atraso do salário mínimo com frequência, estando o mês de julho atrasado, além da falta de pagamento dos retroativos referentes a novembro de 2022. Outro fator importante é o autoritarismo por parte da empresa D&L Serviços, o qual responde pelos funcionários, que desrespeita a legitimidade do sindicato, o Sintromem/RN, que representa a categoria.
Nesse sentido, após a assembleia, os trabalhadores e aliados foram em caminhada até a reitoria da UFRN para ocupar o espaço e exigir posicionamento por parte da direção da universidade sobre os ocorridos.
De acordo com o diretor do Sintromem/RN, a precarização das condições de trabalho são evidentes. Há baixos salários e auxílio alimentação, além de que a empresa não garante o almoço no recanto dos funcionários, precisando muitos dos trabalhadores acordarem de 3:00 horas da manhã para preparar a alimentação. “Com essa rotina, os funcionários ficam cansados antes mesmo de chegar ao trabalho, sendo perigoso, pois utilizam maquinários pesados e podem se ferir.” afirma o diretor.
Na ocupação da reitoria da universidade, a comissão de defesa dos terceirizados da UFRN, o Sintromem/RN e SINTEST/RN foram recebidos pela direção financeira e responsáveis pelos contratos da UFRN. A direção afirma que estão colhendo os relatos e denúncias feitas pelos trabalhadores e irão ver a possibilidade de reunião de conciliação com a empresa D&L Serviços.
De acordo com Cid Oliveira, militante do Movimento Luta de Classes e do diretório estadual da Unidade Popular no Rio Grande do Norte, “a luta é justa, pois a empresa não está garantindo o direito dos trabalhadores, que estão sendo explorados. Quando atrasa o salário, deixa de comprar comida para a família. Boletos não esperam.”
Por isso, até que as reivindicações sejam atendidas, os trabalhadores estarão paralisados, havendo mobilizações diárias dentro da universidade para exigir os direitos dos trabalhadores.
A febre das empresas terceirizadas esconde os verdadeiros donos, os políticos, do alto e baixo escalão que escondem-se atrás de laranjas em troca de cargos, propinas. A corrupção está travestida do verbo “empreender” empreendem os trouxas com o suor e o dinheiro contado, enquanto políticos empreendem sem riscos usando verbas públicas desviadas e explorando trabalhadores de todas as formas! É raro não ter órgãos públicos atendidos por terceirizados que depois não tem onde cobrar seus direitos.