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domingo, 22 de dezembro de 2024

Brigadas ajudam a crescer a UP e as vendas do jornal

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Guilherme Arruda | São Paulo


LUTA POPULAR – Há um ano e meio, as brigadas do jornal A Verdade no bairro da Liberdade, em São Paulo, vendiam de 20 a 30 exemplares. Hoje, é nossa maior brigada na Capital: todas as quinzenas, 130 jornais são vendidos.

O primeiro fator indispensável foi a escolha de um local de grande circulação de pessoas. Dezenas de milhares de pessoas – especialmente jovens – circulam pela feira da Liberdade aos sábados. Paralelamente, estudamos os horários de maior movimento e destacamos equipes para circular em novas ruas e conhecer mais detalhes da região.

A partir disso, fomos compreendendo as características do território e de seus ocupantes. Atualmente, também entregamos jornais com compra garantida em vários sindicatos, comércios e cortiços localizados no bairro e na região vizinha da Baixada do Glicério.

Outra tarefa central na brigada é a identificação das contradições sociais que se expressam no local. Em matéria publicada na edição de n° 267 de A Verdade, por exemplo, denunciamos a situação precária dos vendedores ambulantes da feira da Liberdade, sempre perseguidos por policiais militares e guardas municipais. A partir disso, construímos uma importante relação política com esses trabalhadores.

Caixas de som e megafone

Para ampliar ainda mais a difusão da nossa mensagem, passamos a levar sempre caixas de som e megafone. Essas ferramentas permitem alcançar mais pessoas e também educam os militantes na prática da agitação pública, ajudando-os a superar a timidez e tornando-os melhores agitadores e propagandistas.

O responsável pela agitação e propaganda em cada região, segundo nossa experiência, deve estar atento à qualidade da intervenção dos militantes, questionando sempre se há dúvidas ou receios entre eles. Em um local onde circulam 10 mil pessoas, é natural que se ouçam centenas de “nãos”, de gente apressada, o que pode deixar na defensiva um brigadista menos experiente.

Tomemos um exemplo. Há algum tempo, militantes reportaram a preocupação de que o editorial do jornal nem sempre “fisgava” todos os trabalhadores a quem se dirigia, e que, por isso, as vendas estavam fracas. Um equívoco comum é só considerar necessário apresentar o texto do editorial, deixando de aproveitar as outras onze páginas do jornal. Sem diminuir a importância do editorial, combinamos coletivamente que, durante as vendas, fossem mais citados os relatos, sempre presentes, das lutas conduzidas pelo MLB, Olga, MLC e UJR, e a relação do jornal com as Ocupações Jean-Jacques Dessalines e Dom Paulo Evaristo Arns, organizadas pelo MLB e vizinhas à praça.

Além disso, reforçamos com a militância a ideia de que, apesar da importância de vender uma grande quantidade de exemplares para garantir a autossustentação financeira do jornal, a brigada é uma atividade principalmente política, de propaganda de nossas posições. Por isso, todas as brigadas definem uma meta de vendas e também uma meta de contatos. Os militantes devem convidar as pessoas que compram o jornal a se engajar nos movimentos que constroem a Unidade Popular, além de anotar os contatos delas para posterior envio de mais materiais.

“Uma companheira me apresentou o jornal e perguntou se eu conhecia a UP, se eu estava organizado e se gostaria de participar. Me filiei e, por morar perto, passei a atuar na Liberdade mesmo”, relata David Burbano, cientista político que se somou à Unidade Popular recentemente, fruto de uma brigada.

Em consequência, temos hoje um cenário em que diversos membros do núcleo da UP na Liberdade se somaram ao partido após serem abordados pela brigada do jornal e se sentirem contemplados por nossa linha política. Assim, a maioria de nossa organização no Centro de São Paulo se forjou nessa brigada e nas panfletagens diárias no mesmo local durante o período eleitoral de 2022.

Falando com as pessoas

Kay Lins, que hoje constrói o Movimento Correnteza na Unesp, foi uma das pessoas. “Eu via os camaradas na rua, falando com as pessoas, explicando quem são e o que defendem. E as pessoas realmente paravam para ouvir. Depois não parei mais de participar e me filiei ao partido”, explicou o estudante.

Para o crescimento regular das vendas, o planejamento foi indispensável. O aumento da cota dessa brigada não foi feito de uma vez só, mas de acordo com os militantes, sempre incentivados a aumentar as vendas e a ver essa atividade de forma prazerosa e desafiadora.

Em Que Fazer?, Lênin afirma que “a elaboração de um jornal político deve ser o fio condutor: seguindo-o, poderemos desenvolver ininterruptamente a organização, aprofundá-la e alargá-la”. Nossa prática cotidiana demonstra o quanto a ideia de Lênin é acertada e atual, e que trouxe e trará muitos frutos para o partido e para a revolução brasileira.

Matéria publicada na edição nº 278 do Jornal A Verdade.

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