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quarta-feira, 13 de novembro de 2024

Jovem quilombola é morto pela polícia militar em Juazeiro (BA)

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José William foi morto com dois tiros nas costas efetuados pela Polícia Militar da Bahia na comunidade de Alagadiço, em Juazeiro (BA). Entidades negras e a própria comunidade lutam por justiça.

Redação Bahia 


LUTA POPULAR – A comunidade quilombola de Alagadiço em Juazeiro (BA) perdeu, em mais um assassinato pela Polícia Militar da Bahia (PM-BA), o jovem negro José William Santos Barros no último dia 27 A PM baiana alegou que o jovem estava “empinando a moto” e que era “suspeito”. Alegações falsas, pois segundo os próprios moradores da comunidade quilombola que presenciaram o assassinato, William estava em pé ao lado da moto.

Segundo relatos dos moradores de Alagadiço, após o assassinato de José William a Polícia Militar recolheu o corpo por cerca de uma hora. As pessoas que estavam presentes no momento apenas tiveram acesso à vítima novamente quando ele foi levado pela polícia para um hospital local de Juazeiro.

O Estado da Bahia registra o maior número de mortes de quilombolas nos últimos levantamentos, além de também contar com a Polícia Militar mais letal do país.  Segundo dados do IBGE em território nacional foram mortos 30 quilombolas na última década. Este caso não é isolado e segue o mesmo modus operandi da atuação das polícias: os policiais chegam atirando, sem mais nem menos. A intimidação, o preconceito racial e a violência física fazem parte da rotina de trabalho das polícias militares.

Sepultamento do jovem no distrito de Salitre, em Juazeiro, foi marcado por muita dor e indignação de familiares, amigos e membros da comunidade quilombola. Foto: Reprodução / Preto no Branco

Genocídio do povo preto e pobre

Mãe Bernardete Pacífico, líder quilombola e ialorixá do Quilombo Pitanga dos Palmares na região metropolitana de Salvador, foi brutalmente assassinada com 12 tiros no rosto uma semana antes da morte do jovem William. Assim como Bernardete, movimentos negros, familiares e comunidades quilombolas exigem justiça pelo jovem William através de entidades federais. Em uma carta de repúdio divulgada recentemente manifestam a revolta com o caso: “Exigimos a mudança da política de segurança pública no Estado! Nossos corpos não podem mais ser sempre os alvos

Na prática o que vemos é continuação do genocídio do povo pobre e preto no país. Georgi Dimitrov, líder histórico da luta contra o nazifascismo, já nos alertou que a social-democracia é a antessala do fascismo. Nesse sentido a política de segurança pública do governo da Bahia gera, a cada dia, mais frustração a classe a trabalhadora e abre caminho para o crescimento da extrema-direita.

É necessário nos organizarmos para barrar o avanço do fascismo nas ruas. Acabar com o capitalismo, sistema que permite e incentiva a fascistização das instituições, é uma tarefa urgente. Apenas construindo uma verdadeira democracia de massas no Brasil, o poder popular e o socialismo, será possível acabar com a opressão e exploração do povo negro e pobre.

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