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domingo, 22 de dezembro de 2024

Segundo turno da eleição na Argentina será marcado pela luta contra o fascismo

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Eleição na Argentina é marcada por grande virada peronista contra o fascista Javier Milei. Porém, a expressiva votação de um candidato fascista como Milei indica a necessidade de ampliar a luta contra o fascismo em toda a América Latina.

Igor Marques | Redação RJ


INTERNACIONAL – Nesse último domingo (22), aconteceu o primeiro turno das eleições presidenciais da Argentina. O povo argentino compareceu às urnas em processo marcado pela acirrada disputa entre Sergio Massa – atual Ministro da Economia – e dois candidatos representantes da direita reacionária e fascista do país, Javier Milei e Patrícia Bullrich.

Essa eleição ocorre em um momento de crescimento do fascismo em diversos países da América Latina. Nos últimos tempos, em países como Brasil e Chile, foram derrotados nas urnas candidatos que representavam os interesses dos setores mais reacionários desses países.

Com cerca de 75% de comparecimento, a população argentina decide por um segundo turno entre Sergio Massa (36,6% dos votos) e Javier Milei (30% dos votos). 

Apesar da vitória peronista no primeiro turno, a votação expressiva do fascista Milei, candidato que conta com apoio de Bolsonaro e que defende medidas ultraliberais para a economia, representa a importância de ampliar a luta contra o fascismo na América Latina.

FMI aprofunda a crise no país

A atual eleição foi marcada pelo fantasma da crise econômica que atinge o país. A Argentina vive sucessivas crises decorrentes, principalmente, das políticas neoliberais do ex-presidente Maurício Macri, que contraiu uma enorme dívida externa, e da intervenção do FMI na economia do país. 

Organismos como o FMI e o Banco Mundial atuam de forma a impor os interesses do Imperialismo em âmbito global, ampliando e avançando a agenda neoliberal de diferentes formas.

O empréstimo concedido ao país, na cifra de 57 bilhões de dólares, foi o maior que o órgão já emitiu e passou por cima de normas internacionais e do próprio país, além de ignorar a vontade do povo argentino, que já sofreu com os abusos impostos pelo FMI anteriormente.

Hoje, o Fundo Monetário Internacional, por conta do acordo feito com Macri ao contrair a dívida, regula a política econômica Argentina, impondo medidas restritivas para o cumprimento do pagamento da dívida externa.

Em decorrência disso, a política econômica do país fica subordinada ao cumprimento de um acordo que contribui diretamente para o agravamento da crise no país e que impacta a vida da classe trabalhadora do país.

 

Campanha massiva nas ruas permitiu a virada de Massa no primeiro turno. Foto: PTP

Classe trabalhadora sofre as consequências da crise

A Argentina vive um cenário de grande inflação, desvalorização cambial e aumento da pobreza. Além disso, o país passou por uma enorme seca, que contribui para o agravamento das condições econômicas.

Sergio Massa, candidato peronista e ministro da economia, anunciou nos últimos meses diversas medidas econômicas que têm como principal objetivo combater a pobreza, que já atinge 40% da população.

Milei tem como suas principais políticas de campanha as ideias ultraliberais de dolarização da economia argentina, de acabar com o Banco Central e de cortes de gastos públicos. Em um período em que a classe trabalhadora argentina sofre com o avanço da pobreza e da exploração, Milei pretende ampliar a subordinação do país aos interesses do Imperialismo e perder a capacidade de intervir na própria economia.

O candidato representa os interesses dos setores mais reacionários da burguesia argentina, que busca ampliar a sua “integração” ao capital estrangeiro e a exploração da classe trabalhadora do país.

Nesse segundo turno, é preciso aprofundar a campanha por terra, teto, trabalho, saúde e comida para todos os Argentinos, pela suspensão do pagamento da dívida com o FMI e em defesa da democracia do país.

A luta contra o fascismo em âmbito internacional é tarefa de todos os comunistas, e o povo argentino deve derrotar o fascismo de Milei nas urnas e nas ruas nesse próximo período.

Lia Caliva, deputada do PTP pela província de Salta, votou nesse domingo na chapa unitária contra o fascismo nas eleições. Foto: PTP
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