Chapa vitoriosa na UFRGS busca retomar atividades de luta do DCE. Eleição contou com participação expressiva dos estudantes.
Everaldo Oliveira | Porto Alegre
JUVENTUDE – Nos dias 30 e 31 de outubro ocorreu as eleições para o Diretório Central de Estudantes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. A votação aconteceu de forma presencial e o resultado saiu no dia seguinte, após a contagem dos votos, e consagrou a vitória da Chapa 2 “Ponta de Lança: o DCE precisa existir!” (Correnteza, Juntos!, Alicerce e Ocupe) com 2644 votos (50,60%). A disputa ocorreu contra a Chapa 1 “A UFRGS que a gente quer” (UJS, JPT, JPL, PSB, JS) com 2283 votos (43,69%), e a Chapa 3 “Nosso Futuro Não se Negocia” (MRT) com 308 votos (5,89%). A surpresa desse pleito foi a não participação da atual gestão do DCE, dirigida pela UJC e o Coletivo Indígena. Apesar disso, o Correnteza volta a gestão após 1 ano longe da entidade.
A campanha ocorreu de forma atípica devido à falta de uma chapa que representasse a atual gestão. Segundo Amanda Benedett, estudante de letras e eleita tesoureira pela chapa 2, “tivemos um grande desafio, pois o DCE foi abandonado nos últimos meses da gestão, porém, não poderíamos reivindicar uma oposição a uma chapa que não disputou o pleito, diferente da chapa 1, que tentou se diferenciar se colocando como oposição e nos atrelando, de forma mentirosa, à situação”. Apesar disso, houve uma grande participação dos estudantes atingindo cerca de 5.283 votos totais.
A campanha da Chapa 2 pautou a necessidade de um DCE aberto, à serviço dos estudantes, que fosse independente de governos e reitorias, que fosse linha de frente na organização e mobilização do conjunto dos estudantes na luta por direitos. Se colocou como a Chapa antifascista da UFRGS, pois levantou a bandeira pela prisão de Bolsonaro e seus generais fascistas, defendeu a luta pela derrubada da intervenção de Bolsonaro na universidade, e a defesa da paridade.
Também pautou mais investimentos na educação, com a revogação das reformas de Temer e Bolsonaro, exigiu a revogação do Arcabouço Fiscal – principal ponto de divergência entre a chapa 1 que se colocou pró-governo e defendeu na prática a medida. Ao todo foram muitas propostas que contemplaram a necessidade de todos os campi, como a criação de um transporte intercampi gratuito, ampliação das políticas de permanência e assistência estudantil, creche universitária e o fim da matrícula provisória que já expulsou mais de mil cotistas desde que foi implementada em 2018.
Apesar de toda a campanha de mentiras, a Chapa composta pelo Movimento Correnteza saiu fortalecida e conseguiu mobilizar os estudantes para participarem da eleição com a compreensão das diferenças entre as chapas. “Nosso grande desafio para essa gestão é recolocar esse DCE na trajetória da luta para que ele volte a servir como ferramenta dos estudantes na luta por direitos”, afirma Laura Neumann, estudante de Educação Física e eleita diretora do DCE.