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quinta-feira, 21 de novembro de 2024

Denúncia dos crimes de Israel cresce em todo o mundo

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Cada vez mais países, entidades e movimentos sociais condenam o genocídio perpetrado por Israel contra o povo palestino. Em carta, ex-diretor de agência da ONU denuncia que EUA estão bloqueando ações da comunidade internacional contra a violência sionista.

Guilherme Arruda e Raul Scurciatto


INTERNACIONAL| O massacre contra o povo da Palestina está ficando cada vez mais violento. Em menos de um mês de escalada do conflito, estima-se que mais de 8,5 mil palestinos já foram mortos por Israel, mais da metade deles mulheres e crianças. Em resposta aos crescentes ataques sionistas, que incluem até mesmo bombardeios a hospitais e campos de refugiados, a denúncia dos crimes de guerra israelenses está se tornando cada vez mais generalizada.

Nesta semana, como sinal desse crescente isolamento do sionismo, um alto funcionário da Organização das Nações Unidas (ONU) divulgou uma carta contra a inação da entidade internacional frente ao “genocídio do povo palestino” e países do mundo começaram a romper relações com Israel.

América Latina se volta contra o genocídio palestino

A América Latina é um dos continentes onde a denúncia do genocídio contra o povo palestino está sendo mais forte. Dois dias depois do início dos ataques à Faixa de Gaza, o presidente colombiano Gustavo Petro comparou a retórica sionista ao pensamento nazista, em resposta à afirmação de um ministro israelense de que os palestinos eram “animais humanos”, e indicou que, se necessário, romperia relações com Israel. Na terça-feira (31/10), a Bolívia anunciou o rompimento de suas relações com o Estado colonial sionista, exigindo também o fim das agressões “que mataram milhares de palestinos e deslocaram milhões de pessoas” de suas casas.

Em todo o mundo, milhões de pessoas já participaram de ações pelo fim dos crimes de guerra de Israel e por liberdade para a Palestina. Um protesto de 180 mil pessoas no dia 14 de outubro em Londres, no Reino Unido, foi registrado como uma das maiores manifestações da história da cidade. No dia 21/10, a Unidade Popular (UP) convocou atos em apoio ao povo palestino nas principais cidades do Brasil, levando milhares de pessoas às ruas. Em São Paulo, a mobilização também contou com uma aula pública, onde lideranças como Vivian Mendes e Amanda Bispo defenderam a bandeira da “Palestina livre, do rio ao mar”.

Ex-diretor da ONU denuncia crimes cometidos por Israel e seus cúmplices

Para todo o mundo, está se tornando cada vez mais clara a intenção genocida de Israel ao invadir e bombardear o território palestino. Exemplo disso é a carta lançada pelo funcionário da ONU Craig Mokhiber, antes de se aposentar de uma diretoria do Alto Comissariado para os Direitos Humanos das Nações Unidas em protesto contra a incapacidade do órgão de atuar contra esses crimes.

Em seu texto, Mokhiber chama as ações de Israel de “genocídio” e “massacre total do povo palestino com base em uma ideologia colonial”, o sionismo. Ele denuncia que o sionismo é “um projeto colonial, europeu e etnonacionalista na Palestina” que está atacando com o objetivo de “destruir os últimos remanescentes do povo palestino”. 

Além disso, ele aponta que “os Estados Unidos, o Reino Unido e a maior parte da Europa” – os principais países capitalistas – são cúmplices da agressão ao armar Israel. Na visão de Mokhiber, grandes partes da ONU “se renderam ao poder dos Estados Unidos”, que impedem a organização de agir contra os massacres. O imperialismo estadunidense vetou uma resolução do Conselho de Segurança da ONU que defendia um cessar-fogo, o que já fez outras vezes 46 vezes na história para defender a agressão israelense.

O agora ex-funcionário da ONU também rejeita na carta  a ideia de que esta é só mais uma guerra entre dois países. Ele explica que o que está acontecendo na região na verdade é “um Estado desproporcionalmente poderoso colonizando, perseguindo e expropriando um povo com base em sua etnia” desde a Nakba, em 1948, quando os palestinos começaram a ser expulsos de suas terras por milícias sionistas.

Contra a farsa da chamada solução de dois Estados, que manteria a existência de Israel enquanto um projeto colonial criado com apoio das grandes potências capitalistas, Mokhiber reforça que a única solução para o conflito é “um Estado único, democrático e laico em toda a Palestina”, para “desmantelar o projeto profundamente racista e colonial” de Israel e “acabar com o apartheid naquela terra”.

A carta também reafirma que todos os palestinos, sejam os que ainda moram nos territórios ocupados ou os que se tornaram refugiados em outros países, devem ter o direito de retornar às suas terras, muitas vezes roubadas por colonos israelenses, e de receber uma compensação pelas violações de seus direitos.

A imprensa hegemônica, a serviço de Israel

O papel da mídia burguesa de influência e manipulação da opinião pública também foi alvo de críticas da carta do ex-diretor. Foi denunciado que há um lobby de Israel que serve como propaganda de guerra na grande imprensa do Ocidente e que busca desumanizar os palestinos, para justificar e facilitar a aceitação dos crimes cometidos contra esta população.

Dessa forma, é de suma importância reforçar o papel da imprensa popular na denúncia desses crimes. O Jornal A Verdade vem há algumas edições informando sobre a revelação da verdadeira face colonizadora dos sionistas, com a perseguição contínua aos povos árabes.

A medida que se desenrolam os novos fatos, o genocídio de Israel contra o povo palestino fica cada vez mais escancarado ao mundo. Ainda que com forte aparelhagem midiática os capitalistas tentem exercer o controle da narrativa, torna-se cada vez mais difícil disfarçar que o mundo está presenciando o verdadeiro massacre de um povo. Comprometida com o internacionalismo, a imprensa popular se soma à defesa da liberdade do povo palestino e pelo fim da guerra imperialista.

Tradução da Carta de Mokhiber disponibilizada:

 

Tradução da Página 1 da carta de denúncia contra Estado de Israel
Página 1
Tradução da Página 2 da carta de denúncia contra Estado de Israel
Página 2
Tradução da Página 3 da carta de denúncia contra Estado de Israel
Página 3
Tradução da Página 1 da carta de denúncia contra Estado de Israel
Página 4
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