Desde o primeiro semestre de 2023, os estudantes do IFRJ têm enfrentado atrasos constantes no recebimento dos auxílios destinados ao Programa de Assistência Pedagógica (PAP).
Debrá | Nilópolis (RJ)
EDUCAÇÃO – Devido a uma mudança de organização no edital do Programa de Assistência Pedagógica (PAP) do IFRJ, diversos estudantes que já recebiam o auxílio e estavam dentro dos critérios estabelecidos pelo edital ficaram de fora e sem nenhuma segurança sobre a possibilidade de se manterem estudando.
O IFRJ possui diversos campi interiorizados, o que faz com que a dificuldade de permanência para os estudantes seja um desafio ainda maior. Em Nilópolis, boa parte dos estudantes do integral passam o dia com fome no campus por não terem auxílio alimentação e nem bandejão. Além disso, com o atraso dos auxílios, muitos estudantes dos municípios de Pinheiral, Paulo de Frontin e Paracambi, unidades afastadas dos centros urbanos, precisaram trancar seus cursos, abandonando o sonho do diploma.
Os problemas são diversos. Com a falta de políticas de permanência como alojamentos e auxílio moradia, os estudantes despendem horas do dia somente no transporte público para conseguir chegar à faculdade. Quando conseguem chegar, ao precisarem ir ao banheiro se deparam com a falta de sanitários, como é a realidade do campus Realengo.
Só a luta garante vitórias
Em que pese as diversas dificuldades, os estudantes se organizam na luta pelos seus direitos. Só no campus Nilópolis, onde há uma forte organização da FENET e do Movimento Correnteza, ocorreram três protestos reivindicando auxílios e melhores condições no primeiro semestre de 2023. Em Paulo de Frontin, o Centro Acadêmico do curso de jogos digitais tem organizado mobilizações vitoriosas junto aos estudantes. E assim tem sido em todo o estado, onde os estudantes têm se organizado contra a retirada de direitos.
Após a realização de um ato na reitoria, os estudantes conquistaram participação na elaboração de um novo edital do programa de assistência estudantil. Com a publicação do novo edital, melhorado pela participação dos estudantes na elaboração, ressurgiram os velhos problemas de não recebimento dos auxílios.
A reitoria, ao ser questionada pelos estudantes nas redes sociais, bloqueou os comentários, sem dar respostas. Com a afirmação de que cada campus tem uma situação específica, a reitoria tem feito acordos com os estudantes de cada unidade sobre as reivindicações referentes ao PAP, como fizeram com as representações estudantis do campus Realengo, na capital, e não cumpriram.
Urge a necessidade de uma organização coesa da revolta dos estudantes para dar conta dos enfrentamentos que têm sido cada vez mais decisivos para a vida dos Institutos Federais.
Queremos ser ouvido e que as nossas reivindicações venha ser atendido.
Estamos desde o inicio do ano sem receber direito e ninguém explica o que está sendo feito com o dinheiro que foi repassado.