Novo apagão em São Paulo reafirma que é preciso retomar estatais privatizadas

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Segundo apagão em São Paulo demonstra o estado de precarização da distribuição de energia e reforça que só a reestatização pode garantir a melhoria do serviço para o povo.

Tiago Lourenço | Redação SP


ÚLTIMAS NOTÍCIAS – Na última quarta-feira (15), um temporal atingiu a Grande São Paulo causando, pela segunda vez este mês, apagões em todas as regiões e deixando quase 300 mil famílias sem energia elétrica. Em diversos bairros a energia não voltou às casas até a noite do dia seguinte.

A falta de luz na casa de milhares de trabalhadores durante dias não foi causada apenas por “rajadas de vento de até 55 km/h”, como declarou em nota a ENEL, mas sim pela entrega desse serviço essencial ao setor privado, que tem como único objetivo aumentar seus lucros.

De acordo com a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), a empresa responsável pela distribuição de energia elétrica em São Paulo, ENEL, demitiu 36% de seus funcionários desde que assumiu essa atividade, em 2018.

Esse é um movimento comum, de corte de gastos, quando uma estatal é privatizada. Porém, com o quadro de funcionários no mínimo, além de sobrecarregar os poucos trabalhadores que conseguiram manter seus empregos, fica impossível manter o funcionamento regular do serviço nas situações emergenciais como dos últimos dias 3 e 15, de chuva intensas.

Após o segundo apagão, o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), pediu o cancelamento da concessão do serviço à ENEL. Entretanto, não basta cancelar a concessão e entregá-la a outra empresa capitalista, a solução é a reestatização, a retirada de um serviço fundamental à nossa vida das mãos de empresários gananciosos.

O atendimento adequado às necessidades da população é contraditório ao objetivo das grandes  corporações, por isso os países no centro do capitalismo tem feito o movimento de reestatização nos últimos anos – sendo o ramo da energia o que mais fez esse retorno –, de modo a “amenizar” a exploração sobre seus cidadãos, mas em troca os países periféricos, como o Brasil, tem seu processo de exploração ainda mais escancarado.

Impedir as privatizações e retomar o controle sobre as estatais, colocando essas empresas a serviço do povo, é a única forma de garantir um mínimo de condições de vida dignas às trabalhadoras e trabalhadores do Brasil.