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sábado, 27 de abril de 2024

Trabalhadores da GM fazem greve contra demissões

Marcelo Pavão e Diogo Leme | São Paulo (SP)


Os metalúrgicos da General Motors (GM) iniciaram uma greve por tempo indeterminado, no dia 23 de outubro, após a montadora demitir centenas de trabalhadores e trabalhadoras de forma arbitrária durante o fim de semana.

As demissões atingiram 800 operários da fábrica de São José dos Campos, 300 de São Caetano do Sul e 100 de Mogi das Cruzes. A decisão de deflagrar a greve foi tomada pelos trabalhadores em assembleias realizadas nos dias 22 e 23, tendo como reivindicações principais o cancelamento das demissões, a estabilidade no emprego e a manutenção dos postos de trabalho.

De fato, os trabalhadores e os sindicatos foram surpreendidos com as demissões. Sem aviso prévio, mães e pais de família receberam a notícia da sua demissão no sábado de manhã por meio de telegramas e e-mails. Pior: outros apenas souberam que não eram mais funcionários da fábrica na segunda-feira, ao chegarem na catraca e tentarem cumprir seu expediente. “Sou do turno matutino [00h às 06h]. Descobri que tinha sido demitida quando fui entrar e o crachá não passou na catraca. Tive que esperar na rua até às 6h porque não tinha como voltar para casa. Sou mãe solteira, não posso perder esse emprego”, relatou uma das trabalhadoras demitidas.

Após os primeiros dias de greve, a primeira audiência conciliatória entre a GM e os sindicatos não resultou em nenhum acordo. A empresa não apresentou nenhuma proposta de recontratação dos demitidos e a greve foi mantida.

 

GM teve lucro de US$ 2,6 bilhões

Em nota, a GM culpou a “queda nas vendas e nas exportações” para justificar as demissões em massa. Declarou ainda que “entende o impacto que esta decisão pode provocar na vida das pessoas, mas a adequação é necessária”.

Nada mais hipócrita. No segundo trimestre do ano, a GM aumentou sua receita para US$ 44,7 bilhões e obteve um lucro líquido de US$ 2,6 bilhões. A “queda” nas vendas não faria nenhuma diferença para os já bilionários donos da montadora. Para os trabalhadores, no entanto, a falta de emprego significa a falta de comida e moradia para suas famílias.

Portanto, a culpa das demissões em massa é da ganância dos capitalistas por lucros cada vez maiores. No capitalismo, os proprietários das fábricas sugam a força de trabalho dos operários para terem fortunas exorbitantes, apropriando-se das riquezas produzidas por eles e os descartando quando o sistema entra em “crise”. Nas palavras de Lênin, “Quando a indústria prospera, os patrões obtêm grandes lucros e não pensam em repartir com os operários. Mas, durante a crise, os patrões tratam de despejar sobre os ombros dos operários os prejuízos” (Sobre as Greves, 1899).

Matéria publicada na edição nº 282 do Jornal A Verdade.

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