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domingo, 5 de maio de 2024

Estudantes e trabalhadores da UFRJ se mobilizam para barrar a EBSERH

Comunidade acadêmica da UFRJ mobiliza contra o avanço da agenda neoliberal da reitoria da Universidade. Em sessão do Conselho Universitário, estudantes denunciam atropelo da reitoria na questão da EBSERH e garantem adiamento da votação.

Redação RJ


EDUCAÇÃO – Nessa última quarta-feira (06), a comunidade acadêmica da UFRJ esteve presente na sessão do Conselho Universitário (CONSUNI), na luta contra o avanço da agenda neoliberal da reitoria, que busca, de forma atropelada, a terceirização da gestão do Hospital Universitário da UFRJ a partir da implementação da EBSERH.

A Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH), é uma empresa pública de direito privado, vinculada ao Ministério da Educação. Hoje, no estado do Rio de Janeiro, a EBSERH está presente na gestão dos hospitais universitários da UFF (HUAP) e da UNIRIO (HUGG). A entrega da gestão dos hospitais universitários para a EBSERH retira a autonomia de gestão das universidades e atua no sucateamento dos hospitais com, por exemplo, precarização do trabalho, convênios com planos de saúde e diminuição de leitos nos hospitais. Segundo dados compilados pelo Sintufrj, entre os 41 hospitais universitários da EBSERH, houve uma queda de 638 leitos em apenas 10 anos.

Além disso, é importante lembrar que a tentativa de impor a EBSERH na UFRJ não é novidade. Este projeto foi apresentado ainda em 2013 e, fruto da mobilização dos estudantes e trabalhadores, foi barrado pela comunidade acadêmica. No entanto, a reitoria tenta retomar esse debate a qualquer custo, impondo o debate de forma atropelada e sem ouvir os setores da universidade.

Mobilização garante importante avanço

Diante da votação convocada pela reitoria, Centros Acadêmicos, DCE e SINTUFRJ se mobilizaram para denunciar esta terceirização de gestão no Conselho. O ato unificado reuniu dezenas de pessoas, incluindo representações dos DCE´s da UFF e UNIRIO, ambas universidades diretamente afetadas pela EBSERH.

Com o objetivo de reprimir a mobilização, a reitoria chamou a PM, tentando impedir a entrada dos estudantes no plenário. Esse é mais um exemplo da forma como a atual administração da Universidade busca aprovar esse projeto neoliberal, sem qualquer diálogo e participação estudantil. Além disso, a reitoria também cancelou consultas públicas e não mostrou os contratos, mais uma vez exibindo seu caráter antidemocrático. 

Esteban Crescente, coordenador-geral do Sintufrj afirmou que “Hoje foi um dia muito especial. A unidade entre sindicalismo e movimento estudantil mostrou sua força e conseguimos suspender a votação da entrada da Ebserh na UFRJ”.

A força da mobilização estudantil e sindical suspendeu o Consuni e a votação nessa quinta-feira, que, a princípio, foi remarcada, através de um golpe, para o dia seguinte, de forma virtual, visando impedir uma nova manifestação da comunidade acadêmica. Apesar disso, a direção recuou, e uma nova sessão está sendo convocada para a próxima segunda (11/12). Os estudantes e trabalhadores seguem mobilizados e conscientizando toda a comunidade da UFRJ para impedir o avanço desse projeto de terceirização de gestão do Hospital Universitário.

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