No Rio de Janeiro, a PMERJ pisoteou as faixas do movimento negro e tentou anotar a placa do carro dos pais de Thiago, jovem de 13 anos assassinado pela Polícia na Cidade de Deus, para multa-lós arbitrariamente. Em diversos momentos, o protesto foi paralisado na tentativa de desmobilizar os presentes.
João Herbella | Rio de Janeiro
BRASIL – Em 7 de agosto de 2023, Thiago Menezes Flausino, menino de apenas 13 anos foi brutalmente assassinado pela Polícia Militar do Rio de Janeiro na Cidade de Deus. Desde então, familiares e amigos do Thiago realizam atos pedindo por justiça, inclusive contando com a presença de crianças.
Sempre sendo um protesto pacífico, marcado pela passeata no bairro e também pela paralisação da Linha Amarela (importante via da cidade) com os dizeres “Interromper as ruas para que mais nenhuma vida seja interrompida.”
Porém, nesse último ato obteve o acompanhamento do 18º BP que desde o início da concentração desrespeitou a memória de Thiago. Desde provocações acusando os manifestantes de serem “comprados”, tensionando o limite da rua que o ato ocuparia, pisoteando as faixas do movimento negro até a tentativa de anotar a placa do carro dos pais de Thiago para multa-lós arbitrariamente. Em diversos momentos, o protesto foi paralisado pela Polícia na tentativa de pressionar os presentes.
Após os manifestantes entrarem na Linha Amarela, a PM aumentou a tensão dando ordens de não fechar a via por completo. Ao chegar no local, foi ocupada somente metade da via, permitindo a passagem dos carros pela outra metade, estendendo as bandeiras e faixas de “Thiago Presente” no chão e as crianças começaram a se sentar no asfalto. Nesse momento, mesmo respeitando a ordem da PM, os policiais decidem acabar com o ato, atirando spray de pimenta sobre todos os manifestantes. Em seguida, dá voz de prisão para Diogo e Hugo, pai e tio do Thiago, acusando-os falsamente de “desacato”.
De forma extremamente absurda e constrangedora, os familiares são levados ao 32º DP na Taquara após serem criminalizados por lutar pela justiça de seu filho e sobrinho executados. Felizmente, após pressão popular e apoio de advogados, a arbitrariedade dos fascistas não é correspondida na justiça e a família é libertada.
Os policiais fascistas não podem seguir impunes. O Estado burguês mata nossas crianças nas favelas e não deixa o povo se manifestar. É preciso lutar pela punição imediata aos policiais fascistas do 18º Batalhão.