Ricardo Senese | FENAMETRO
Através de debates, plebiscitos, lutas e greves contra os projetos privatistas elaborados pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), ficou claro que o povo é contra a privatização da Sabesp (empresa responsável pelo fornecimento de água à população de São Paulo) e defende a melhoria do serviço público.
O ano de 2023 foi marcado por duas greves unitárias entre os trabalhadores das empresas que são alvos imediatos dos pregões: Sabesp, Metrô e CPTM. Greves que tiveram grande apoio popular. Panfletagens, atos e mobilizações também foram realizados e o plebiscito organizado pelos sindicatos coletou cerca de 800 mil votos, com mais de 90% da população votando contra a entrega das empresas públicas.
No final de 2023, a batalha da Alesp marcou a resistência popular em defesa da empresa que fornece água tratada e garante o saneamento básico no estado. A pressão obrigou os deputados estaduais da base do governo a apelarem para a repressão e, além da brutal violência contra os manifestantes, prenderam arbitrariamente quatro lutadores a fim de derrotar o movimento de oposição.
Em todas essas lutas, a militância da Unidade Popular (UP) esteve na linha de frente, garantindo piquetes e ações de apoio aos movimentos. A linha política do partido foi de manter-se junto ao povo para aumentar a divulgação sobre os motivos pelos quais o sistema de metrô/trens estava paralisado e derrotar as mentiras do governador e das grandes mídias. Mesmo com muita antipropaganda por parte da mídia burguesa, os manifestantes recebiam aplausos e apoio da população.
De fato, o povo já sentiu na pele o efeito negativo das privatizações. As duas linhas do Metrô operadas pelo consórcio capitalista internacional CCR (linhas 08 e 09 da Via Mobilidade), são exemplos claros do fracasso das privatizações. Lucas Carvente, professor preso na batalha da Alesp e passageiro destas linhas, compara: “Quando eram operadas pela CPTM, o número de falhas era bem menor. Hoje em dia, temos medo, pois já houve descarrilamento, incêndios e falhas diárias”.
Como derrotar as privatizações?
Esta é a questão central para os movimentos sociais, partidos políticos e sindicatos de São Paulo, que têm compromisso com a vida do povo. Por isso, precisamos avançar na unidade de todas as organizações que lutam em defesa do serviço público com o objetivo de debater uma jornada de lutas e a realização de uma greve geral contra a entrega da Sabesp a grandes grupos econômicos cujo o único objetivo é enriquecer.
No momento, os professores do estado estão iniciando uma importante luta em defesa de mais verbas para a educação e da contratação, via concurso público, de, ao menos, 100 mil educadores. Unificar essas lutas com a juventude que conquistou melhorias nas universidades públicas, e agora luta pelo passe-livre e contra o aumento das passagens, deve ser um dos nossos objetivos.
Logo, se mantivermos o crescimento da agitação e da propaganda em todas as regiões e camadas do povo, em unidade ao trabalho sindical classista e revolucionário, poderemos alcançar uma grande vitória.
Matéria publicada na edição nº 286 do Jornal A Verdade