Redação
Três meses após o início dos ataques covardes contra a Faixa de Gaza e a Cisjordânia, Israel já assassinou mais de 30 mil pessoas. Dentre elas, mais de 14 mil crianças. Segundo o Ministério da Saúde da Palestina, uma em cada 100 pessoas residentes em Gaza foi assassinada por Israel desde outubro.
O massacre do povo palestino tem como principal causa a tentativa de Israel de expulsar todos os não judeus da região para poder explorar livremente os recursos naturais, principalmente o gás natural que se encontra na costa de Gaza.
Para realizar esse genocídio, o fascista Netanyahu conta com o apoio irrestrito do imperialismo estadunidense e europeu. Até o fim de dezembro, mais de 230 aviões e 20 navios de carga cheio de equipamentos militares foram enviados ao Estado sionista pelos EUA.
Marcos Feres, da Federação Árabe Palestina no Brasil (Fepal), afirmou ao jornal A Verdade, que “atualmente são mais de 2 milhões de palestinos deslocados à força ou limpados etnicamente, que perderam suas casas e estão desabrigados”.
Nem no Natal os palestinos puderam ter paz. No dia 25 de dezembro, mais de 100 pessoas foram massacradas nos campos de refugiados de Al-Mughazi e Al-Bureij, no sul de Gaza. Em Belém, onde segundo a tradição cristã Jesus nasceu, e em outras cidades da Cisjordânia, dezenas de palestinos foram presos arbitrariamente, depois do exército israelense invadir as comunidades.
Ademais, Israel vem adotando ações nazistas. Fuzilamentos em massa, bombardeamento de escolas e hospitais, criação de campos de concentração e extermínio em estádios de futebol têm sido algumas das práticas mais comuns do exército sionista na Faixa de Gaza.
A luta contra o genocídio israelense
A África do Sul entrou com uma ação na Corte Internacional de Justiça acusando Israel de genocídio. O julgamento começou no dia 11 de janeiro. “Há uma característica extraordinária neste caso. A de que líderes políticos de Israel, comandantes militares e pessoas com cargos oficiais têm sistemática e explicitamente declarado suas intenções genocidas. A intenção genocida de Israel está enraizada na crença de que o inimigo não é apenas o Hamas, mas todo o tecido da vida palestina”, afirmou Tembeka Ngcukaitobi, representante da África do Sul na Corte Internacional de Justiça.
A peça de acusação sul-africana também denunciou dados graves sobre as crianças mortas e mutiladas em Gaza. São 117 crianças assassinadas todos os dias por Israel, 1 a cada 12 minutos e 10 crianças com membros amputados sem anestesia por dia.
Na avaliação do representante da Fepal sobre o julgamento, “2024 pode ser o ano da falência do Direito internacional, da falência da comunidade internacional em prevenir um genocídio, ou pode ser o ano em que finalmente o mundo vai se sentar e, mais do que isso, vai obrigar Israel a se sentar primeiro no banco dos réus e depois na mesa de negociação para se buscar uma solução política, justa e duradoura com os palestinos, 76 anos após a Nakba, a limpeza étnica continuada, do apartheid, da ocupação militar ilegal e do genocídio palestino”.
A atual situação do povo palestino exige a permanente mobilização de todos os que se colocam contra o imperialismo. É o primeiro genocídio de um povo transmitido ao vivo e na internet. Não podemos aceitar que um Estado racista e autoritário imponha aos palestinos uma realidade de morte e desalojamento. A luta pela libertação da Palestina é também uma luta contra o imperialismo e a dominação capitalista no mundo.
Matéria publicada na edição nº 285 do Jornal A Verdade