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terça-feira, 30 de abril de 2024

Governo brasileiro denuncia genocídio em Gaza

Heron Barroso | Redação


BRASIL – O mundo segue assistindo, com pavor, a carnificina promovida pelo Estado fascista de Israel contra a população palestina, especialmente contra mulheres e crianças. Até o fechamento desta edição, mais de 30 mil civis já morreram na Faixa de Gaza, o que representa 1,3% dos cerca de 2,3 milhões de habitantes da região. Em termos de comparação, esse percentual é o equivalente a 2,7 milhões de brasileiros.

Apesar disso, os governos imperialistas não fazem nada de sério para impedir essa matança. Ao contrário, limitam-se a palavras vazias e hipócritas, ao mesmo tempo que continuam fornecendo armas e dinheiro para Israel e vetando na ONU todas as resoluções que exigem um cessar-fogo imediato.

Nesse sentido, é preciso reconhecer que o governo brasileiro tem cumprido um importante papel de denunciar internacionalmente o genocídio contra o povo palestino em Gaza. Foi o que fez o ministro dos Direitos Humanos Silvio Almeida, em seu discurso na abertura do Conselho de Direitos Humanos da ONU, no último dia 26 de fevereiro, quando afirmou que o governo de Benjamin Netanyahu promove uma “punição coletiva” contra o povo palestino.

“Reitero nosso repúdio à flagrante desproporcionalidade do uso da força por parte do Governo de Israel, uma espécie de punição coletiva, que já ceifou a vida de mais de 30 mil palestinos – a maioria deles, mulheres e crianças –, forçadamente deslocou mais de 80% da população de Gaza, e deixou milhares de civis sem acesso à energia elétrica, água potável, alimentos e assistência humanitária básica”, afirmou o ministro.

A declaração de Almeida ocorreu dias depois de o Governo Netanyahu declarar o presidente Lula persona non grata por comparar o massacre em Gaza ao Holocausto ocorrido na Segunda Guerra Mundial. “O que está acontecendo na Faixa de Gaza com o povo palestino não existiu em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu. Quando Hitler resolveu matar os judeus”, disse, corretamente, Lula.

O presidente brasileiro também criticou os governos dos países ricos que se comportam como cúmplices desse genocídio. “Quando eu vejo o mundo rico anunciar que está parando de dar a contribuição para a questão humanitária aos palestinos, eu fico imaginando qual é o tamanho da consciência política dessa gente? Qual é o tamanho do coração solidário dessa gente que não está vendo que na Faixa de Gaza não está acontecendo uma guerra, mas um genocídio?”, questionou.

Bastou isso para os grandes meios de comunicação da burguesia iniciarem uma campanha contra as declarações de Lula e exigirem dele um pedido público de desculpas. A resposta foi firme. “Da mesma forma que eu disse, quando estava preso, que não trocava minha liberdade pela minha dignidade, eu digo: não troco minha dignidade pela falsidade. O que o Governo de Israel está fazendo não é guerra, é genocídio”, reforçou o presidente.

Como mais uma prova de que se trata de um extermínio em massa, no último dia 29 de fevereiro, forças israelenses metralharam milhares de palestinos famintos que buscavam mantimentos enviados por ar, resultando em 112 mortos e ao menos 760 feridos, no episódio que está sendo chamando de “Massacre da Farinha”.

Diante de tudo isso, o governo brasileiro, além de denunciar essa crueldade que o governo sionista de Israel promove contra o bravo povo palestino, precisa aumentar, por todos os meios, seu auxílio político e material à população de Gaza, começando por romper relações diplomáticas com Israel, anular todos os acordos comerciais e militares existentes e exigir dos demais países que façam o mesmo. É urgente pôr um fim a essa injusta e desumana ação militar!

Matéria publicada na edição nº287 do Jornal A Verdade.

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