No último sábado, 16 de março, um crime abalou a comunidade do Jordão Baixo, no Recife. Enquanto a Polícia Militar (PM) perseguia suspeitos de roubo de um veículo, na Rua Professora Arcelina Câmara, um jovem de apenas 13 anos, Darik, foi alvejado pela Polícia. No dia 18, moradores do bairro do Jordão Baixo organizaram uma manifestação pedindo justiça por Darik.
Pedro Rodrigues | Recife – PE
Segundo relatos dos pais da vítima, os policiais estavam perseguindo os suspeitos e, de forma irresponsável, teriam atirado pela rua. O jovem Darik, que se assustou com a situação e com o latido do cachorro, correu para se proteger e a Polícia, sem pensar duas vezes, atirou no menino.
Darik, um talentoso jogador de futsal do Sport Club do Recife, cujo sonho incluía uma futura viagem para o Rio de Janeiro para jogar pelo Vasco, teve sua vida ceifada de forma brutal e repentina. Assim como Darik, muitos jovens, principalmente da periferia, são vítimas da violência institucional que cresce em ritmo acelerado no Estado de Pernambuco.
A PM, ao longo da história do Brasil, sempre serviu como instrumento de controle social em favor da classe dominante, da burguesia, e consequentemente, do Estado Burguês, servindo como um mecanismo de repressão aos que sustentam o país: o proletariado. Lênin, ao analisar a natureza da polícia e do aparato repressivo do Estado, critica a ideia equivocada de que essas instituições surgem naturalmente devido à complexidade social. Pelo contrário, ele argumenta que essas instituições são mantidas para proteger os interesses das classes dominantes, agindo como o braço armado pronto para manter a ordem estabelecida e preservar a hegemonia da classe dominante.
Manifestação e luta popular
Na tarde de 18 de março, os moradores dos bairros de Jordão Baixo, Ibura e Jardim Jordão uniram suas vozes em protesto, clamando por justiça para Darik e pela punição dos seus assassinos. Os gritos de “Justiça por Darik! Ele não era ladrão, era inocente! Sistema covarde! Sistema falido!” ecoaram pelas ruas.
Isso mostra que a população, tanto da Zona Sul do Recife quanto do Brasil, está revoltada com as ações da PM nos bairros e nas favelas. Não é coincidência o fato de a PM, no Recife, matar apenas pessoas negras por dois anos consecutivos, é projeto político. O povo está consciente de que o culpado é o sistema capitalista que utiliza do aparato da violência, da repressão de caráter fascista da PM, para controlar a população a obedecê-lo.
Por isso, é urgente construir um novo sistema, em que os filhos da classe trabalhadora não tenham medo de sair na rua, de jogar bola e de sonharem. É preciso que tenhamos um novo horizonte de que é possível a população conquistar uma vida digna. Esse novo horizonte se chama socialismo, e precisamos estar organizados para lutar por ele todos os dias. Não há outro meio, a juventude das periferias não pode continuar tendo sua vida ceifada, o capitalismo precisa acabar por meio das nossas próprias mãos.
Pelo fim do capitalismo! Pelo poder popular! Pela memória de Darik!
DARIK, PRESENTE! AGORA E SEMPRE!