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quarta-feira, 1 de maio de 2024

Seguranças da CPTM agridem mulheres negras na estação de trem

No último domingo, MCs que estavam voltando juntas de uma edição de uma batalha de rima foram agredidas por seguranças da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). O episódio é mais um exemplo do ataque à arte de rua e do racismo das forças de repressão.

Allysson Souza


No último domingo, duas MCs que estavam voltando juntas de uma edição de uma batalha de rima dedicada a mulheres foram injustamente retiradas a força de forma agressiva de dentro dos vagões do trem e foram agredidas na estação pelos guardas da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM).

O momento da agressão, transmitido ao vivo nas redes digitais, mostra que ambas estavam apenas rimando entre si dentro do trem e comemorando o sucesso que teria sido o evento, sem uso de caixas de som ou algo parecido.Os seguranças as expulsaram relatando que estavam incomodando os passageiros do trem, sendo que alguns deles estavam defendendo as mulheres dizendo que também eram passageiras e tinham o direito de conversar como qualquer um presente.

Kisha foi uma das mais violentadas, nos vídeos postados é possível ver a ação violenta dos
seguranças, em que um deles a segura pelos cabelos e quando a solta uma outra segurança a agride no rosto e volta a puxar seus cabelos, arrancando uma de suas tranças. A jovem fica totalmente desnorteada e traumatizada. No vídeo, em meio a agressão, ouve-se diversos gritos de “Eu não aguento mais”.

Repressão à cultura popular

Esses casos, infelizmente ainda são comuns com homens e mulheres negras que ganham seu sustento com a arte de rua. O Hip-Hop é um estilo que nasce na cultura afro-americana e sua origem são os guetos estadunidenses. Chegando ao Brasil, os primeiros locais que aderem ao estilo são as periferias do país, locais onde a população é de maioria negra e que diariamente sofre com o descaso do Estado, preconceito pela cor de sua pele e o apagamento de sua história e cultura.

As batalhas de rima são marginalizadas diariamente pelo Estado, que usa da força da
Polícia Militar para reprimir essa cultura popular tão importante para história de resistência
dos negros no Brasil. Vale ressaltar que essa mesma polícia é a responsável pelo genocidio
em massa do povo preto do nosso país e foi fundada para garantir os interesses dos ricos e poderosos.

A violência da guarda dos trens acontece não só em São Paulo, mas em diversas cidades do país. A repressão aos camelôs e artistas é recorrente e casos como esse, ficam omissos da mídia burguesa, provando que só importam para o lucro e fortalecimento dos interesses dos ricos.

Toda mobilização para que haja justiça a essas vítimas será também importante na luta pela derrubada das forças de repressão do Estado e o do sistema capitalista que serve apenas para reprimir a classe trabalhadora do nosso país.

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