É revoltante que a empresa Mercado Livre, ao impor seu apoio a um Estado genocida, persiga seus trabalhadores que se manifestem contrariamente.
Núcleo de tecnologia do MLC-SP
Sabe-se que um dos meios que a burguesia usa para manter o domínio sobre a sociedade é apresentar a sua ideologia como se fosse a ideologia de todo o conjunto da sociedade e que quando um trabalhador ergue a sua voz para apontar as contradições presentes nas mentiras dessa ideologia, sofre as mais diversas represálias. A perseguição política instituída pelo Mercado Livre aos seus trabalhadores é um exemplo disso.
A empresa realizou uma postagem no Linkedin, por volta do dia 10 de outubro, prestando solidariedade a Israel e em defesa do sionismo, afirmando que “o terror nunca triunfará sobre a liberdade”.
Diversas foram as manifestações na publicação em defesa do povo palestino, como uma que dizia que: “a Palestina não ataca, se defende da opressão da qual estão submetidos há décadas. Israel não é vítima e tem atacado os palestinos dia após dia, anos após anos”. E ainda uma outra que questiona tal parcialidade da empresa: “e com a Faixa de Gaza não? Com os palestinos exilados e assassinados não?”. Claramente, o povo nota a indignação seletiva e o discurso sionista emitido pela empresa, exaltando e credibilizando o terrorismo de Israel contra o povo palestino.
Após a publicação da postagem decidimos entrar em contato com algumas das pessoas que se posicionaram nesta publicação, incluindo trabalhadores, e obtivemos relatos de que trabalhadores foram demitidos por terem se manifestado contrários a essa publicação, que foi replicada dentro da rede oficial de comunicação da empresa pelo diretor executivo.
Em contato com a nossa redação, um dos trabalhadores do Mercado Livre relata que, após buscar o perfil dos trabalhadores que manifestaram solidariedade ao povo palestino, encontrou esses perfis desativados.
Em contato com o SINDPD/SC (Sindicato dos Empregados em Empresas de Processamento de Dados de Santa Catarina), que atualmente representa a base dos trabalhadores do Mercado Livre (Meli Developers Brasil LTDA), o dirigente sindical Gilberto Ricci ressaltou a gravidade do caso: “Aproveitar-se da hipossuficiência do empregado em relação ao empregador, demitindo trabalhadores por se posicionarem politicamente nas redes sociais, fere o artigo 5º, inciso IV da Constituição Federal, que garante a livre manifestação do pensamento”.
É revoltante que ao impor o seu apoio a um Estado genocida como Israel, trabalhadores que se manifestem contrariamente a tal opinião sejam perseguidos dessa maneira.
Ao utilizar a plataforma para manifestar seu lado político, o diretor executivo quando questionado sobre a sua posição, optou por demitir as pessoas que são contrárias. Em um claro abuso de poder, a empresa faz questão de deixar claro que, para se manterem trabalhando, os funcionários deverão aceitar toda e qualquer declaração dada, de bico calado.
A organização da classe trabalhadora em torno de seus sindicatos torna-se mais do que necessária e se mostra como a nossa única arma para lidar com a opressão que sofremos em nossos postos de trabalho, pois em nossa coletividade podemos e devemos impor nossas demandas.
É correto demonstrar repúdio a declarações desse tipo, que são complacentes com o genocídio ao qual o povo palestino está submetido, é correto se posicionar ao lado do povo palestino que luta pela sua não extinção em meio a esse verdadeiro holocausto.
Devemos prestar toda a solidariedade a esses trabalhadores perseguidos, que mais uma vez, foram vítimas na ditadura da burguesia, o capitalismo. Por isso, convidamos a todos e todas que desejam responder a essa opressão a se organizarem no Movimento Luta de Classes para que juntos, consigamos bater de frente aos ataques a que somos submetidos e para que através da nossa união, consigamos alcançar uma sociedade verdadeiramente justa, para que através da nossa união, consigamos realizar uma revolução socialista!
Viva a luta do povo palestino, pelo fim do Estado genocida de Israel!