O fechamento recente foi descoberto durante uma patrulha do Movimento de Mulheres Olga Benario, organização feminista que luta contra a violência e a exploração no capitalismo.
Gabriela Torres | Paraná
MULHERES – O único Centro de Referência e Atendimento à Mulher em Situação de Violência do Governo do Estado do Paraná, localizado no Centro da cidade, foi fechado. O espaço atende mulheres em situação de violência e vulnerabilidade, oferecendo apoio psicológico, jurídico e social.
O fechamento recente foi descoberto durante uma patrulha do Movimento de Mulheres Olga Benario, organização feminista que luta contra a violência e a exploração no capitalismo. O Movimento ocupou um imóvel abandonado no centro de Curitiba para construir uma casa de referência para mulheres através do trabalho militante das integrantes e profissionais voluntárias, a Casa Rose Nunes. A primeira ocupação de mulheres do estado também cumpre com o objetivo de denunciar a falta de políticas públicas no enfrentamento à violência contra a mulher. O Paraná é o terceiro estado que mais assassina mulheres, com uma média de mais de três feminicídios por dia, e chegou ao duro patamar de mais de 45.000 registros de violência contra a mulher em 2022.
De acordo com os dados da Lei Orçamentária de 2023 (LOA), a capital de Curitiba teve, durante o ano desse duro recorde, o orçamento bruto total de 11,5 bilhões. Em outras palavras: a atual gestão do prefeito higienista Rafael Greca não tem interesse em resolver os problemas das mulheres e investir em políticas públicas voltadas para o enfrentamento à essa realidade na dimensão demandada. Para Débora Almeida, coordenadora do Movimento Olga, o fechamento repentino é reflexo da falta de interesse do poder público. “Essa é a continuidade da política de abandono e descaso com a vida das mulheres. Só deixa claro que o Estado não se interessa e não se preocupa”, opina a professora e militante.
Nossa reportagem ligou para o número publicizado como contato do Centro de Referência para pedir esclarecimentos, e a ligação não foi atendida. Após contato com a Patrulha Maria da Penha da capital, que desconhecia do fechamento do espaço, a única orientação foi se dirigir à Casa da Mulher Brasileira, localizada no bairro Cabral.