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quarta-feira, 11 de dezembro de 2024

Governo de Israel quer exterminar povo palestino

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Extrema direita que governa atualmente Israel tem interesse em escalar o conflito no Oriente Médio e quer perpetuar a política de genocídio em Gaza. É o que demonstra as últimas declarações dos políticos e membros do governo fascista de Israel.

Sávio Peres Loureiro  | Belo Horizonte


INTERNACIONAL – No início de abril deste ano, o membro do gabinete de guerra de Israel, Benny Gantz, propôs eleições antecipadas para setembro de 2024, enquanto o governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu enfrenta pressão interna por suas políticas fascistas e externa por causa do massacre de palestinos em Gaza perpetuado e articulado por seu governo.  

As novas eleições estão marcadas para acontecer apenas em 2026. “Devemos  chegar a um acordo sobre uma data para as eleições em setembro”, disse Gantz em um informe televisionado no dia 3 de abril. Cabe lembrar que a maioria do povo palestino não tem direito de voto nem de se manifestar nas eleições israelenses.  

Benny Gantz é o principal candidato que venceria Netanyahu em eleições antecipadas e é razão para que este último busque a todo custo rechaçar a hipótese de eleição antecipada. Porém, pesquisas de opinião indicam que mais  de 70% da população de Israel é favorável a tal pleito antecipado.  

Escalada militar no Oriente Médio

No sábado (13/4), o Irã, pela primeira vez, realizou ataques diretos contra  o território de Israel. O ataque direcionado a bases militares de Israel, apesar de repelido em sua maioria, contando com ajuda da União Europeia, dos EUA e das monarquias reacionárias árabes, como Jordânia e Arábia Saudita, conseguiu quebrar o grande sistema antiaéreo chamado de Domo de Ferro e acertar alguns dos alvos iniciais.

Como resposta, tímida comparado à fúria que direcionam à Gaza, Israel lançou misseis ao território iraniano, porém, todos abatidos.  

De toda forma, há uma escaldaa dos conflitos no Oriente Médio e um apetite  por guerra, possivelmente potencializados pelos riscos de Netanyahu perder um possível processo eleitoral antecipado devido a sua crescente impopularidade.  

Em entrevista para a emissora dos Estados Unidos, MSNBC, no dia 4 de  abril deste ano, o Ministro da Economia e Industria de Israel, Nir Birka, disse que Israel está unido para “eliminar aqueles jihadistas terroristas que querem tirar Israel do mapa”. 

Acontece que, como já amplamente divulgado, Israel está mirando para matar não só naqueles que eles chamam de terroristas de forma aberta, mas também milhares de crianças e mulheres.  

Nas últimas semanas, além de funcionários da ONU – Organização das  Nações Unidas, diversos jornalistas foram mortos em Gaza, além de funcionários de entidades como a World Central Kitchen (WCK) que foi bombardeada, no  início de abril, por soldados israelenses provocando diversas mortes.  

“Parece que esta é uma guerra contra a própria humanidade”  

Em entrevista à Reuters, Jose Andre, chefe da WCK, disse que “esta não  foi apenas uma situação de azar em que ‘opa jogamos a bomba no lugar errado’”,  disse. “Foram mais de 1,5 a 1,8 quilômetros, com um comboio humanitário muito  definido que tinha placas no topo, no telhado, um logotipo muito colorido que  obviamente nos orgulha muito. É muito claro quem somos e o que fazemos”.  

Os trabalhadores humanitários foram mortos, quando seu comboio foi  atingido, pouco depois de supervisionarem o descarregamento de 100 toneladas  de alimentos trazidos para Gaza pelo mar. Segundo Jose André, “parece que  não é uma guerra contra o terrorismo. Parece que esta é uma guerra contra a  própria humanidade”.  

Durante a entrevista, o Ministro da Economia de Israel disse que tal ataque foi “fogo amigo” e uma “fatalidade”, reforçando que estas situações seriam sem intenção e um erro.  

O apresentador do programa da MSNBC, neste momento, contradita o  Ministro e o questiona acerca da possibilidade de um erro destes acontecer,  tendo Israel um exército sofisticado que pode ter um ataque certeiro contra generais iranianos dentro de uma embaixada na Síria.  

Além disso, o próprio exército sabia o trajeto da WCK, então estavam avisados que o grupo supervisionava a chegada de ajuda humanitária em Gaza.  

“Eles (o exército) achavam que eram terroristas”, disse o Ministro. “Esse é o erro. E tenho certeza de que será descoberto. Mas, novamente, temos que perceber contra quem estamos lutando. Isso não é intencional, diferente dos terroristas, tudo o que fazem é intencional e temos que eliminá-los”.

A política de assassinato em massa de palestinos  

Para piorar, demonstrado seu total desprezo pelas vidas palestinas,  quando questionado sobre a grande quantidade de inocentes mortos neste  massacre perpetrado por Israel (já passa de 30 mil, em sua maioria crianças e  mulheres) o Ministro disse: 

“Geralmente não queremos machucar pessoas inocentes. Mas o que você viu no ataque de 7 de outubro foi civis inocentes entrando em Israel e tomando parte dessas atrocidades, e quando você os pressiona, a maioria deles, a grande maioria deles apoia o 7 de outubro. Eles dão cobertura aos terroristas e é muito lamentável. O que queremos são vizinhos amigáveis como os Emirados, como os Sauditas que querem buscar a paz. O sistema nos Emirados Árabes mudou para buscar a paz agora. Todas as crianças que estão sendo educadas no Hamas, em Gaza e na Judeia e Samaria são treinadas para matar judeus. (…) É isso que  estamos enfrentando e vamos vencer a guerra. Não temos escolha a não  ser vencer a guerra. Vamos acabar com o Hamas. Não temos escolha.  (…) e é por isso que estamos lutando. Estamos lutando porque  entendemos que estamos lutando para garantir que nada disso aconteça  novamente. Estamos lutando para matar todos esses terroristas, os  terroristas jihadistas. Eles são treinados e educados para matar judeus.”.  

Por fim, questionado acerca do objetivo de Israel de resgatar os reféns,  podendo esse objetivo ser alcançado com um cessar fogo permanente e acatar  as negociações com o Hamas, o Ministro da Economia e Industria diz que o  objetivo é exterminar o Hamas e resgatar os reféns, e não só este último.  

Esta parte, ao que parece, é central para melhor entender a posição do  governo de Israel com o genocídio em curso em Gaza.  

Para além dos interesses econômicos e geopolíticos no território Palestino  – no qual Israel durante décadas vem ocupando e pilhando -, a morte de civis  palestinos é a política central – e não um mero infortúnio – do Exército de Israel.  

Segundo as palavras do próprio Ministro, há o entendimento pela extrema  direita Israelense de que os civis estão “ajudando” o Hamas; de que as crianças palestinas são educadas pelo Hamas para matarem judeus.  

E quem são essas crianças? Essas crianças palestinas são filhas e filhos de mães palestinas – responsáveis por colocarem mais um palestino no mundo,  ao arrepio de Israel.  

Portanto, todos os “demônios”, “terroristas”, “jihadistas” (não só os combatentes, mas as crianças – “terroristas em potencial” – e as mulheres – mães de terroristas, terroristas então) que atacam não só Israel, mas todo o Ocidente, devem ser eliminados. E depois disso, se possível, os reféns israelitas liberados.  

Fica claro que apesar de toda a tentativa do governo de Israel em se  posicionar como vítima do “pior ataque após o Holocausto”, de falsamente se  importarem com seu próprio povo, a sua política é justamente articular a opinião  publica ocidental para sua proteção (proteção dos fascistas como Netanyahu) ao buscar exterminar não só o Hamas, mas todos os Palestinos (crianças.  mulheres, idosos, homens, tudo) de uma vez por todas. E quem entrar no  caminho de seus objetivos, como a WCK, vai também ser considerado terrorista  e morrer bombardeado. 

O veto que os Estados Unidos fizeram na  ONU para que a Palestina não possa ser considerada um país membro (o  resultado da votação ficou em 12 votos favoráveis, 1 contrário e 2 abstenções), reforça que a saída diplomática de criação de um Estado Palestino será ainda  pauta para momento futuro.  

Enquanto isso Netanyahu vai batalhar o mais rápido possível para realizar a limpeza étnica e exterminar o povo Palestino, pois sua popularidade está  abalada e ‘a guerra’, ‘os terroristas’, ‘os jihadistas’ o ajudam a ficar no governo  por mais tempo.  

Israel está preparado para invadir Rafah, a cidade mais ao sul da Faixa  de Gaza, onde estão refugiados cerca de 1,5 milhão de palestinos. No último dia 21 de abril, um bombardeio Israelense matou 21 palestinos.  

O cessar fogo imediato e prolongado, juntamente da criação do Estado Palestino e o fim do apartheid em Israel; a deposição de Netanyahu de sua administração e o julgamento de todos eles, juntamente da administração Biden – e anteriores – dos Estados  Unidos, por seus crimes de guerra são pautas urgentes neste nesse momento.

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