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quinta-feira, 21 de novembro de 2024

Em três meses, polícias mataram quase 400 pessoas

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Relatório da Anistia Internacional, divulgado no último dia 24 de abril, denunciou que as forças policiais dos três estados com mais mortes em operações (RJ, SP e BA), mataram quase 400 pessoas em apenas três meses. Nesses estados, governadores e grande parte da mídia burguesa celebram essas mortes. 

Redação


BRASIL – Relatório da Anistia Internacional, divulgado no último dia 24 de abril, denunciou que as forças policiais dos três estados com mais mortes em operações (RJ, SP e BA), mataram quase 400 pessoas em apenas três meses. Nesses estados, governadores e grande parte da mídia burguesa celebram essas mortes. 

“Operações policiais fortemente armadas orientadas para a ‘guerra às drogas’ nas favelas e bairros marginalizados resultaram em tiroteios intensos, homicídios ilegais e execuções extrajudiciais, invasões ilegais e destruição de propriedades, tortura e outros maus-tratos, restrições à liberdade de circulação, desaparecimentos forçados e suspensão de serviços essenciais, como escolas e centros de saúde”, afirma o relatório.

A realidade descrita é bem conhecida do povo. Nas favelas, na periferia, o que manda é a lei que policiais, milicianos e traficantes impõem. Tudo isso numa lógica de controle dos aparatos de repressão do Estado por grupos milionários que dominam o tráfico de drogas, armas, pessoas e vários setores da economia local. (ver entrevista com o ex-chefe de Polícia do RJ, Hélio Luz, na edição nº 280 de A Verdade) 

Outro ponto que o relatório denuncia são as consequências das operações no dia a dia do povo. A realidade de guerra permanente afeta o transporte, serviços de saúde e escolas. “Em outubro, mais de 120 mil moradores do Complexo de Favelas da Maré, na cidade do Rio de Janeiro, foram prejudicados por seis dias de operações policiais. Nesse período, mais de 17 mil estudantes não tiveram acesso à escola e mais de três mil consultas médicas foram suspensas”, denuncia o documento.

Práticas da Ditadura

Torturas, execuções e invasões de casas são outras características das operações investigadas pela Anistia Internacional. Ao analisar o caso das Operações Escudo e Verão, na Baixada Santista, a ONG, junto com movimentos de direitos humanos, verificou a ocorrência constante destas práticas. 

Investigando a operação ocorrida na Baixada Santista, em 28 de julho, que deixou 30 pessoas mortas, a Anistia Internacional, em parceria com o Conselho Nacional de Direitos Humanos e outras organizações de direitos humanos, documentou 11 casos de violações graves dos direitos humanos perpetradas por agentes do Estado, incluindo execuções extrajudiciais, entrada ilegal em residências, tortura e outros maus-tratos.

Essas práticas são as mesmas que a repressão da Ditadura Militar fascista impôs ao país por 21 anos. Desde o início das operações, o governador de São Paulo Tarcísio de Freitas, quando cobrado, tem uma resposta na ponta da língua: “Tô nem aí”.

No dia 24 de abril, a PM do Rio de Janeiro realizou sua 10ª operação na Maré em 2024. De acordo com o jornal Maré de Notícias, novos relatos de tortura por moradores foram apresentados. “Os policiais entraram na minha casa ia dar quatro da manhã. Pelo meu marido ter passagem, bateram nele, colocaram saco na cara dele. Me colocaram no quarto com a minha neta, falando que iam esfaquear ele todo”, afirmou uma moradora ao jornal comunitário.

Matéria publicada na edição nº 291 do Jornal A Verdade.

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