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domingo, 22 de dezembro de 2024

Estudantes da USP iniciam acampamento em solidariedade à Palestina

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Estudantes da USP se mobilizam em acampamento contra o genocídio do povo palestino. Mobilização se soma ao movimento mundial de estudantes contra os crimes de Israel em Gaza. Acampamento pede rompimento da USP com todas as instituições israelenses.

Juliana Lopes | São Paulo


JUVENTUDE – Estudantes da Universidade de São Paulo (USP) iniciaram um acampamento na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) em protesto contra o genocídio do povo palestino realizado pelo Governo de Israel. No dia 08 de maio, o acampamento amanheceu com uma longa lista de programação, envolvendo oficinas, passagens em sala, panfletagens e encerrando o dia com uma Mesa em Solidariedade e em Defesa da Palestina, denunciando também o genocídio nas favelas brasileiras com as armas israelenses.

Mesmo com ataques e ameaças dos fascistas, que interromperam momentaneamente a mesa que abriu oficialmente o acampamento, os estudantes os expulsaram com palavras de ordem em repúdio ao Estado de Israel e o genocídio televisionado em Gaza.

O movimento agora pretende intensificar a mobilização e ampliar o acampamento até que a USP rompa os laços com Israel e se amplie a pressão para que o governo brasileiro, assim como nossos vizinhos Colômbia e Bolívia, rompa relações com o Estado sionista.

A mobilização dos estudantes da USP se soma ao movimento mundial, iniciado pelos alunos de universidades dos EUA, seguido pela Europa e outros países da América Latina. A solidariedade internacional ao povo palestino reforça também o caráter antifascista e anti-imperialista do movimento estudantil.

Parcerias com instituições israelenses

A ação foi motivada também pela renegociação da parceria entre a USP e a Universidade de Haifa, que se encerra agora em maio de 2024, como forma de pressionar pelo rompimento de todas as relações com entidades israelenses. Ao todo, existem convênios com três universidades de Israel, além do próprio Consulado Geral de Israel em São Paulo, parceria essa que criou o Israel Corner, um “espaço interativo intercultural”.

Ao manter relações com instituições israelenses, a USP reforça a mensagem que aceita ter dentro dos seus campi institutos e salas de aula polos de reprodução do sionismo. Ela não só se isenta de contribuir para o fim dos horrores que estão acontecendo na Palestina, como ajuda a manter a ideologia sionista viva dentro do ambiente universitário.

O sionismo nada mais é que uma ideologia de caráter nacionalista e reacionária que tenta justificar a existência do Estado criminoso e assassino de Israel e a pilhagem das riquezas das terras palestinas. Colocar o sionismo em contraposição ao povo palestino, até fomentando debates entre um e outro, como se fossem de pesos iguais, é ignorar o imperialismo, o colonialismo e o genocídio imposto aos palestinos há oito décadas, criando a ilusão de se tratar de uma “guerra justificável”.

Não existe nada de justificável nas ações do Estado terrorista israelense e isso precisa ser abertamente denunciado, e não acobertado. Assim, se a Universidade de São Paulo acredita que o genocídio palestino em Gaza não justifica o rompimento de todas as relações com instituições sionistas, então o movimento estudantil será responsável por denunciar as consequências da manutenção desses acordos e pressionar a universidade para que os rompa.

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