No último domingo (23/06), milhares de mulheres em várias partes do país tomaram as ruas em manifestação contra o chamado PL do estupro.
Nathália Alcáçova | Redação RJ
MULHERES – Dezenas de cidades do país registraram manifestações em repúdio ao PL 1904/24. As maiores manifestações ocorreram nas capitais dos estados do Sudeste. No interior, e em capitais de várias partes do Brasil, as mulheres também foram às ruas.
O Projeto de Lei 1904/24, proposto pelo deputado fascista Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) e apoiado pelo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) prevê a proibição do aborto após a 22ª semana para mulheres e crianças que engravidarem vítimas de estupro. A pena para essas pessoas pode chegar a 20 anos de cadeia. As mulheres deram uma resposta e se reuniram em milhares em diversas cidades do Brasil.
No Rio de Janeiro, o ato foi uma caminhada do posto 4, na praia de Copacabana ao posto 1, no Leme. Foram milhares pessoas na rua exigindo o arquivamento do PL 1904, a cassação de Arthur Lira e Sóstenes Cavalcanti e a garantia do aborto legal, seguro e gratuito para mulheres e meninas.
Em Minas Gerais, dezenas de cidades do interior, além da capital Belo Horizonte, contaram com atos que denunciavam os ataques do centrão e dos fascistas aos direitos da mulheres.
Em São Paulo, a Avenida Paulista recebeu a segunda manifestação com milhares de pessoas, durante a manifestação um boneco representando o presidente da Câmara dos Deputados foi queimado para simbolizar o repúdio das mulheres do país a atual liderança dos deputados reacionários que votou a urgência do PL do Estupro.
Para a coordenadora nacional do Movimento de Mulheres Olga Benario Monique Zuma, “os direitos das mulheres são os primeiros a serem retirados em qualquer crise, e o ato foi uma ação fundamental para dar enfrentamento ao avanço da extrema direita e do fascismo no Brasil. Milhares de pessoas nas ruas deram o recado de que não vamos aceitar retrocessos e esse ato foi só o começo de uma grande jornada de lutas.”
A movimentação das mulheres já pressionou os fascistas, que adiaram a votação do PL para o segundo semestre. Mas a luta não para, pois é necessário que esse projeto seja devidamente arquivado e que seus autores e apoiadores sejam cassados, por esses e outros crimes que cometem com a classe trabalhadora do país.