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terça-feira, 16 de julho de 2024

Contra a política de fome do capitalismo, lutar por uma alimentação saudável

Monopólios do setor alimentício querem fazer os trabalhadores acreditarem que a única alternativa barata à fome é o consumo de comida ultraprocessada e nociva à saúde. A verdade é que uma alimentação saudável é mais acessível e devemos lutar para que todos a tenham

Alexya Lessa | Rio de Janeiro (RJ)


No sistema capitalista-imperialista, o fenômeno da monopolização das indústrias se torna cada vez mais comum. Ele também ocorre na indústria alimentícia. No supermercado, mesmo que vejamos diversos rótulos diferentes de um tipo de produto, fazendo parecer que existe uma competição entre as marcas, a realidade é que essas várias marcas pertencem, em sua maioria, a 11 multinacionais que dominam o mercado de alimentos, segundo estudo realizado pela CB insights.

A monopolização da indústria alimentícia é mais uma forma de a burguesia controlar o acesso e a qualidade dos alimentos consumidos pelos trabalhadores. Inclusive, associado à monopolização, é feito um grande trabalho de propaganda para estimular o consumo de produtos industrializados, que possuem excesso de ingredientes extremamente nocivos a nossa saúde (açúcar, sódio, gorduras ou ingredientes que nem conhecemos). Também acabamos desenvolvendo vícios por esses alimentos.

Todo esse processo faz com que a parte mais empobrecida da população tenha uma alimentação baseada em arroz, feijão, salsicha, hambúrguer, nugget, macarrão instantâneo (miojo), refrigerante, entre outros, acreditando que uma alimentação saudável é cara. Esta ideia se sustenta no fato de que nas prateleiras são exibidos produtos “light”, “diet” ou “fit” com preços absurdos. No entanto, a realidade é que estes também são, em sua maioria, tão prejudiciais quanto os outros alimentos industrializados comuns.

Conhecer os produtos que compramos

Porém, é possível encontrar formas para que o povo trabalhador tenha acesso a uma alimentação saudável, mesmo sob controle desse sistema que nos impõe uma política da fome. Precisamos aprender a comer os mais diversos alimentos que são fornecidos pela agricultura familiar e resgatar conhecimentos que estão se perdendo, como saber a época de cada fruta, legume e verdura. Desta forma, poderemos acessá-los quando estiverem mais baratos e mais saborosos e reconhecer suas características na hora de escolher o que comprar para facilitar sua limpeza e cozimento.

Por exemplo, o abacaxi é uma fruta tropical e, por isso, a sua época de grande produção é no verão. Em dezembro e janeiro, seu preço costuma estar mais barato na feira e a fruta, com mais sabor, pois costuma ser vendido mais maduro. Para saber se está maduro, basta puxar uma das folhas de sua coroa, caso saia com facilidade, significa que está no ponto, facilitando na hora de descascar e cortar. Uma das melhores formas para saber os meses ideais para consumir cada tipo de vegetal é através da tabela de safra dos alimentos.

É importante, ainda, retomar a alimentação como prazer, não apenas para o paladar, mas também como atividade social e, desta forma, ter o momento onde preparamos as refeições como muito mais prazer e com grande responsabilidade sobre a nossa saúde, ao invés de vermos apenas como uma obrigação que o capitalismo nos impõe.

Esses momentos também podem ser breves. Nem todas as receitas precisam de horas de trabalho da cozinha. Os macarrões, em geral, levam menos de 10 minutos para ficarem prontos e podem ser acompanhados por vários molhos, que ficam prontos apenas misturados no liquidificador, como o molho pesto, que existe em muitas variações para ser preparado com os ingredientes que se têm em casa.

A burguesia implementa a política de fome e de alimentação não-saudável para o nosso povo, mas é o povo trabalhador que produz as frutas, verduras e legumes que são necessários para que possamos ter uma alimentação adequada. É cuidando da nossa saúde que avançaremos ainda mais na construção de uma nova sociedade e na derrubada do capitalismo.

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