Revista científica The Lancet estima que o exército de Israel pode ter matado cinco vezes mais palestinos do que já contabilizaram os números oficiais do genocídio em curso. Multiplicam-se os mortos e desaparecidos sob os escombros
Redação
Há muitas edições, o jornal A Verdade denuncia o genocídio que Israel comete contra o povo palestino na Faixa de Gaza. Relatamos as várias táticas usadas pelos sionistas para matar os palestinos, algumas, inclusive claramente inspirada nas piores práticas dos nazistas.
Agora, a revista científica The Lancet (responsável por fazer as previsões mais precisas da expansão e desenvolvimento da pandemia do novo coronavírus, entre 2020 e 2022), aponta que o número de mortos em Gaza pode estar bastante subestimado. Segundo o Ministério da Saúde de Gaza, são de, aproximadamente, 38 mil pessoas assassinadas por Israel desde outubro de 2023.
“Em conflitos recentes, as mortes indiretas podem ir de três a 15 vezes o número de mortes diretas. Aplicando uma estimativa conservadora de quatro mortes indiretas para cada uma direta às 37.396 mortes reportadas, é plausível estimar que ao menos 186 mil ou talvez mais mortes podem ser atribuídas ao atual conflito em Gaza”, afirma o estudo que leva o título “Contando os mortos em Gaza: difícil, mas essencial”.
O estudo, foi escrito por três pesquisadores de instituições dos EUA, Canadá e Reino Unido. Um dos autores, Martin McKee, inclusive, faz parte do Conselho Editorial da Revista de Política e Pesquisa em Saúde de Israel, órgão científico creditado no regime sionista.
Para os cientistas, é provável que o número real de mortes seja bem maior que o calculado até agora devido às chamadas “mortes indiretas”. Mortes indiretas são aquelas relacionadas a doenças, fome e ferimentos causados durante o conflito. Ou seja, Israel pode ter matado cerca de 8% da população total da Faixa de Gaza!
O artigo explica que os assassinatos relatados diariamente nos canais oficiais palestinos são apenas as mortes identificadas diretamente dentro das unidades hospitalares após ataques e dos corpos resgatados dentro dos escombros das cidades destruídas. Até agora, os palestinos não estão conseguindo nem contar os mortos frutos da fome e das doenças generalizadas, sem falar nas dezenas de milhares de pessoas que podem estar enterradas debaixo dos escombros.
Luta pelo cessar-fogo
Enquanto Israel continua o genocídio, no resto do mundo os trabalhadores se mobilizam em solidariedade à Palestina e contra a ocupação israelense. Do Japão ao Brasil, na África, Europa e nos EUA, milhões de pessoas se mobilizam e cobram o boicote e embargo completo dos seus países com o Estado de Israel.
A pauta da libertação da Palestina ganha espaço especialmente na Europa. Nas últimas eleições britânicas e francesas, candidatos pró-Palestina foram eleitos em vários distritos.
No Parlamento britânico, a bancada de parlamentares independentes a favor da Palestina conseguiu o mesmo número de cadeiras que o partido fascista Reform UK. Na França, foram os imigrantes, muitos de origem árabe e palestina, que capitanearam a reação à tentativa dos neonazistas da Reunião Nacional de ganhar as eleições.
Na Inglaterra, o antigo líder trabalhista Jeremy Corbin foi eleito como independente após ser obrigado a sair do seu partido por defender a causa Palestina. Já na França, o líder da Nova Frente Popular, Jean-Luc Mélenchon, anunciou que uma das primeiras medidas do governo de sua coligação de esquerda deve ser o reconhecimento do Estado da Palestina pela França.
Todo o avanço do genocídio e a situação cada vez pior imposta aos palestinos pelo exército sionista de Israel mostra a necessidade de se manter e ampliar a mobilização. O governo do nazista Benjamin Netanyahu aposta, neste momento, no apoio que tem na grande mídia burguesa para abafar a cobertura jornalística dos crimes de Israel. Por isso, agora, mais do que nunca, é necessário ampliar a mobilização em defesa do povo palestino.